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Agroagenda - Geminivírus ataca tomateiros em Santa Catarina




Geminivirus ataca tomateiros em Santa Catarina

25/4/2006 - O Estado de Santa Catarina detectou o primeiro foco de geminivírus em tomate, no município de Santo Amaro da Imperatriz (Região Metropolitana de Florianópolis). O professor Murilo Zerbini, da UFV, estará na região amanhã (26 de abril) para orientar os produtores.

Santa Catarina, um dos poucos Estados brasileiros que ainda não havia registrado a incidência do Geminivírus em tomate acaba de ser surpreendido com a doença transmitida pela mosca branca. Os produtores de Santo Amaro da Imperatriz/SC, na Região Metropolitana de Florianópolis, tiveram a confirmação da infestação no final de março, após amostras de várias plantações terem sido analisadas pela Universidade Federal de Viçosa. Nesta próxima quarta-feira, dia 26 de abril, às 15 horas, o especialista Murilo Zerbini conversa com os produtores no Sindicato dos Trabalhadores Rurais da cidade para orientar sobre as providências necessárias. Ele vem à região a convite da Seminis (empresa de sementes de hortaliças) e da Epagri (Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina).

A região é responsável pelo cultivo anual de dois milhões de pés de tomate, por pequenos produtores. Ainda não se sabe a extensão da infestação, mas está causando muita apreensão na região, responsável pelo abastecimento de tomates da capital catarinense. “É preciso aprender a conviver com a doença e adotar um manejo diferenciado, inclusive com o cultivo de cultivares resistentes”, explica o agrônomo Odivan Schuch, da Seminis, que encaminhou as amostras para exame na Universidade. Ele conta que tomou a iniciativa porque em várias propriedades as plantas dos tomates semeados em dezembro/janeiro apresentavam desenvolvimento irregular, com folhas amareladas entre as nervuras e as bordas enroladas para cima, um dos sintomas característicos da doença.

O professor de Fitopalogia e Virologia da Universidade Federal de Viçosa, Murilo Zerbini, é um dos maiores especialistas em geminivírus do país. Ele foi convidado pela Seminis, empresa de sementes de hortaliças, para uma palestra de orientação aos produtores de Santo Amaro da Imperatriz/SC. A Seminis é responsável pelo desenvolvimento do primeiro tomate do Brasil resistente ao mais agressivo tipo de geminivírus (TYLCV), o TY Fanny. As plantações de Ty Fanny instaladas na região infestada não sofreram danos.

Uma doença que exige manejo conjunto
Uma vez confirmada a presença de geminivírus, o produtor não deve entrar em pânico, pois na maioria das vezes é possível manejar a doença e evitar grandes perdas, entretanto, não existe forma de controlar uma virose depois que ela se instala na cultura, explica o prof. Zerbini. Ele alerta que o controle deve sempre ser preventivo, de forma a evitar a entrada do vírus, por isso as medidas de controle de geminivírus tem como objetivo reduzir a incidência no próximo plantio.

Essas medidas, segundo o especialista, incluem o plantio de cultivares resistentes, uso de mudas livres de vírus (produzida em viveiro com tela a prova de insetos), o controle de plantas daninhas (muitas delas são hospedeiras dos geminivírus), o controle racional da mosca-branca com inseticidas e a adoção de um período livre de tomateiro na região com duração de aproximadamente 30 dias. Ele afirma que essa última medida é a mais eficiente e funcionou em todos os locais onde foi adotada (no Brasil e no exterior), mas exige organização e colaboração de todos os produtores.

Longa-vida TY Fanny tem resistência e produtividade
O tomate TY Fanny foi o primeiro longa-vida com sabor lançado no Brasil com resistência ao geminivírus TYLCV, transmitido pela mosca branca. O TY Fanny tem uma planta vigorosa, resistente às principais doenças foliares e permite a colheita dos frutos até os ponteiros. Os frutos, grandes do tipo caqui longa-vida e saborosos, permitem dupla utilidade (molho e salada). O tomate híbrido TY Fanny foi lançado há cerca de dois anos pela Seminis, num momento em que a tomaticultura nacional - representada pelo giro da ordem de R$ 1,5 bilhão e produção de 3 milhões ton/ano iniciava uma grave crise provocada pelos prejuízos das geminiviroses.

Investimento em pesquisas
A Seminis, que investe 11% de seu faturamento mundial para pesquisa e desenvolvimento de novos produtos, foi pioneira em lançar híbridos resistentes ao TYLCV e é a única empresa no Brasil que comercializa sementes de tomates híbridos com essa resistência. A empresa acredita que somente com o uso de cultivares resistentes e práticas culturais adequadas será possível conter o avanço das geminiviroses transmitidas pela mosca branca, possibilitando o cultivo em áreas já afetadas, com menor uso de defensivos e, portanto, com menores custos e frutos mais sadios, preservando a saúde do consumidor e o meio ambiente.

AGROAGENDE-SE:

Palestra sobre o controle de geminivírus em tomateiros
Prof. Murilo Zerbini, da Universidade Federal de Viçosa Dia: 26 (quarta-feira), às 15 horas Local: Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Santo Amaro da Imperatriz/SC Endereço: Rua Santana, 4770 - Centro / fone (48) 3245-1391

Mais Informações:
Odivan Schuch, especialista em Desenvolvimento de Produtos da Seminis, fone (19) 812802717
Cláudio Nunes Martins, Consultor Técnico da Seminis na Região Sul, fone (19) 812802716
José Ernani Müler, eng. agrônomo da Epagri em Santo Amaro da Imperatriz/SC, fones (48) 3245 1391 - 9149 1733

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