Correio Popular - Caderno D - Pág. 6 - Quando a medalha é apenas um detalhe
Leia abaixo matéria na íntegra
O lugar mais alto do pódio é o objetivo da maioria dos atletas e treinadores em competições esportivas. Para a equipe de profissionais da escola de natação Pé de Pato, localizada em Campinas, a vitória está apenas na dedicação do aprendizado na natação. Além de alunos de todas as idades, a escola possui um trabalho específico para crianças com necessidades especiais.
Para a fisioterapeuta e proprietária da escola, Ana Flávia Junqueira Gabarra, cada progresso dos seus alunos é motivo para comemorar como se fosse a conquista de um título, “Nós não fazemos competições. A nossa disputa de cada dia é conseguir ver a tarefa cumprida”, afirma.
O aluno Felipe Cipriano de apenas 3 anos, é portador de mucopolissacaridose uma doença que causa limitações físicas. No momento, ele passa por tratamento de hidroterapia e, segundo a fisioterapeuta, possivelmente, Cipriano poderá começar a dar as primeiras braçadas na piscina, onde é realizado o aprendizado de natação. “Ele terá condições de aprender a nadar como as outras crianças”, confirma.
Assim como todas as crianças especiais, o aluno será inserido em um grupo, de no máximo quatro integrantes, com crianças que não possuem deficiência. “As crianças especiais acabam imitando os amiguinhos e conseguem nadar igual a eles. As mães chegam a chorar quando vêem o resultado”, afirma Ana Flávia. Para a fisioterapeuta, o mais interessante é a receptividade das crianças com os alunos com necessidades especiais. “É impressionante o carinho de todos com essas crianças.”
Daniela Cipriano, mãe de Felipe, afirmou que o tratamento é essencial para a luta contra a doença. “Ela é uma doença progressiva e devido o tratamento, o Felipe não tem tantos problemas, principalmente respiratório”, confirma. Os resultados positivos são notados também no lado emocional de Cipriano. “Ele é muito mais esperto que o normal. A parte motora dele desenvolveu muito e a sociabilidade também. Ele pelo menos tenta fazer aquilo que as outras crianças fazem”, afirma a mãe.
Infra-estrutura
Há mais de 17 anos desenvolvendo trabalhos nesse segmento, a escola possui piscinas com barras de corrimão e um cuidado especial com a água. “Nós analisamos a água três vezes por dia e uma vez por semana um químico vem checar a qualidade dela, afirma. Além das noções específicas do esporte, as pessoas cora necessidades especiais recebem um acompanhamento de especialistas em fisioterapia.
Alunos com problemas de trauma de água também são atendidos na escola. “Para se ter idéia, existem pessoas que não lavavam nem a cabeça no banho de tanto medo, e hoje estão nadando, afirma Ana Flávia.