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Folha de São Paulo - Caderno AgroFolha - Pág. 12 - Murchadeira da alface danifica lavoura de SP


A alface, a principal hortaliça folhosa cultivada no Brasil, enfrenta um novo problema: a murchadeira da alface. A doença é causada por um fungo (Thielaviopsis basicola) que ataca a raiz da alface dos tipos lisa e americana, fazendo com que as folhas fiquem murchas.

No Brasil, a alface ocupa uma área de aproximadamente 31 mil hectares e movimenta R$ 2 bilhões por ano. O Estado de São Paulo é responsável por quase metade dessa produção, com 14 mil hectares plantados. A principal área produtora é a região de Mogi das Cruzes, com 60% do cultivo de alface do Estado.

A região de Campinas é, no entanto, a mais atingida no Estado. Fernando Cesar Sala, um dos pesquisadores da Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz) da USP responsáveis pelo estudo, diz que não é possível mensurar com precisão os prejuízos. Ele conta, no entanto, que relatos de produtores dão conta de perdas de até 50% da lavoura.

O primeiro sintoma se manifesta na raiz da alface, que apresenta manchas escuras. Depois, as raízes laterais vão apodrecendo. Por fim, o crescimento da planta é afetado e as folhas ficam murchas nas horas mais quentes do dia.

O combate à doença é difícil, dizem os pesquisadores, porque muitas vezes seu diagnóstico não é feito corretamente. Frequentemente é confundida com distúrbios fisiológicos como falta de irrigação ou salinização devido ao uso abusivo de fertilizantes, dizem os pesquisadores da Esalq.

Para tratar o problema, Sala faz duas recomendações: praticar a rotação de culturas e usar variedades resistentes à doença, como a alface crespa. “Existem variedades de alface lisa e americana que são resistentes à murchadeira. Indicamos que se consulte o técnico da região, que pode apontar a variedade correta”, afirma Sala.

A pesquisa, feita com o apoio da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), mostra que, normalmente, os esporos que causam a murchadeira, são disseminados por meio de mudas e solo contaminados, máquinas e ferramentas utilizadas nas práticas culturais e água de irrigação ou drenagem.

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