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Folha de São Paulo - Pág. C4 - No Brasil, apenas 12,5% têm computador


O acesso a computadores reflete as desigualdades econômicas e sociais do Brasil, de acordo com o “Mapa da Exclusão Digital”, divulgado ontem pela FGV (Fundação Getúlio Vargas). Apenas 12,46% dos brasileiros têm computador em casa. O percentual dos que estão conectados à internet é ainda menor: 8,31%.

O estudo, baseado em dados de 2001, revela ainda uma situação de “apartheid digital”: para cada negro/pardo com acesso à informatização existem 3,5 brancos na mesma situação.

Entre os pardos, 4,06% possuem computador em casa. No caso dos negros, o percentual é de 3,97%. Para os brancos, o índice chega a 15,14%. No Brasil, os pardos representam 38,45% da população, de acordo com o Censo de 2000. Os negros, 6,21%. Os brancos, 53,74%.

A partir dos dados do estudo, é possível traçar o seguinte perfil de quem tem computador: branco, morador de uma grande cidade do Sudeste, com idade entre 40 e 50 anos, renda superior à media da população e com mais de 12 anos de estudo formal.

“A chance de um branco ter acesso a computador é muito maior. Considerando condições iguais de renda e anos de estudo —ou seja pessoas que são iguais em tudo menos na raça—, a possibilidade de um branco ter acesso à internet é 167% maior”, afirmou Marcelo Neri, do Centro de Políticas Sociais da FGV.

Essa diferença, segundo ele, justifica criar “programas de inclusão digital específicos” voltados para afro-descendentes.

Entre todos os que têm computador, 79,77% são brancos, 15,32% são pardos e 2,42%, negros. A taxa de inclusão dos índios é pouco menor do que a dos negros: 3,72%. No extremo oposto, estão os amarelos (orientais): 41,66% deles possuem computador em casa.

Citando o exemplo do “Fome Zero”, Neri defende uma campanha de doação de recursos para projetos de disseminação da informática. É um tipo de política social estrutural, diz, que deixa raízes na vida dos beneficiados. “Não só ensinar a pescar, mas também financiar a compra da vara (o computador)”, afirmou, sugerindo linhas de microcrédito para a aquisição de terminais.

Segundo Rodrigo Baggio, diretor do CDI (Comitê para Democratizacão da Informação), programas de inclusão digital devem ser destinados a jovens “em situação de risco social” —desempregados e alvo do recrutamento de grupos criminosos— das periferias dos centros urbanos.

Nesses locais, que já contam com infra-estrutura como luz elétrica, há carência de profissionais de informática, afirma Neri. Ele defende a doação de computadores, já que o seu preço de revenda é baixo. A cada 18 meses o produto perde cerca de 50% do seu valor, com a renovação tecnológica. Apesar de parcela pequena da população ter acesso ao computador, o “Mapa da Exclusão Digital” mostrou que a cada quatro meses cerca de 1 milhão de pessoas entram no grupo dos “incluídos”.

Por isso, embora não haja dados oficiais para este ano, a FGV estima que os “informatizados” passaram de 17,3 milhões em 2000 para 26,7 milhões em março de 2003, ou 15,43% da população. Restariam ainda 149,4 milhões de brasileiros excluídos.
A pesquisa usou dados da Pnad (Pesquisa Nacional de Amostras de Domicílio) de 2001 e do Censo de 2000, os primeiros levantamentos em que o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) pesquisou o acesso a computador e internet.

O mapa —uma iniciativa conjunta do CDI, da FGV, da empresa de informática Sun Microsystems e da Usaid (agência internacional de desenvolvimento dos EUA)— mostrou também que as mulheres têm um grau de inclusão pouco maior do que os homens —12,65%, contra 12,26%.

“As mulheres deveriam ter taxas de acesso muito maiores, porque têm atributos, como educação, superiores aos dos homens. É uma brecha digital”, diz Neri.

Quanto maior a escolaridade, maior o acesso ao computador. Na faixa de 1 a 4 anos de estudo, a taxa de inclusão é de 4,84%. Entre os que estudaram mais de 12 anos, é de 58,92%. A escolaridade média dos incluídos é de 8,72 anos —quase o dobro da dos excluídos. A renda média de quem tem computador é de R$ 1.677, quase quatro vez maior do que a dos excluídos: R$ 452. O rendimento médio apurada pela Pnad de 2001 era de R$ 569.

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