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CLIPPING: TONICO´S BOTECO

Correio Popular - Caderno C - Pág. C6 - Sambista Guilherme de Brito


O cantor e compositor Guilherme de Brito tem 81 anos. Não aparece na televisão e suas músicas não tocam nas rádios. Não é o que se pode chamar de pop star. Mesmo assim, é capaz de lotar casas de espetáculo por todo o Brasil. Sua obra, cada vez mais, tem sido redescober-ta pelo público jovem.

Hoje e amanhã, às 21h30, o público campineiro terá a oportunidade de estar diante de um verdadeiro clássico da música popular brasileira. Guilherme de Brito volta para Campinas após quase um ano de sua primeira visita. O motivo é nobre: ele acaba de lançar pela Lua Discos, o segundo CD de sua carreira. A Flor e o Espinho, com produção de Moacyr Luz, será a base dos dois shows de Guilherme, no Tonico’s Boteco. A casa já está aceitando reservas.

Guilherme de Brito nasceu no dia 3 de janeiro de 1922, no bairro carioca de Vila Isabel. Chegou a conhecer pessoalmente Noel Rosa (1911-1937), compositor que mudou os rumos da música brasileira e morreu muito jovem. Eram vizinhos. Muitos anos mais tarde, firmaria com outro gênio, Nelson Cavaquinho (1911-1986), uma parceria histórica, tida por muitos como a mais importante da história do samba.

Guilherme de Brito e Nelson Cavaquinho estariam, para o samba, como Tom Jobim e Vinícius de Moraes, para a bossa nova. Ou como John Lennon e Paul McCartney, para o rock. Foram brilhantes, abusados e, juntos, criaram músicas imortais. Muitos dos sambas da dupla tornaram-se famosos na voz de outros intérpretes, como Clara Nunes e, sobretudo, Beth Carvalho. Gravar, para Nelson, era tarefa difícil: ele vivia bêbado. E Brito era muito tímido. Construir a carreira à margem da mídia foi uma opção e uma decorrência do próprio modo de ser dos dois compositores. O que não impediu o reconhecimento no mundo do samba, onde Nelson e Guilherme seguem sendo lendas.

Basta citar que, para poetas e estudiosos brasileiros, o verso mais bonito já escrito na música brasileira está presente no samba A Flor e o Espinho, com letra de Guilherme de Brito: “Tire o seu sorriso do caminho, que eu quero passar com a minha dor”. Como contou o compositor, em entrevista ao Correio Popular, no ano passado, a letra foi escrita numa madrugada, na Lapa, em companhia de Nelson: “Estávamos num botequim, meio tristes, bebendo e tocando violão, quando entrou uma mulher muito escandalosa, falando e rindo muito alto, atrapalhando aquele momento. A alegria daquela mulher agrediu a nossa tristeza. Quando ela se foi, peguei um pedaço de papel e escrevi aquela frase”.

Todos os sambas de Guilherme de Brito são tristes. Possuem a marca do seresteiro, da qual ele é o maior representante vivo. A cida-de de Conservatória, capital da seresta, rendeu-lhe a maior homenagem que alguém poderia cobiçar em vida: um museu com o seu nome. Dentre suas obras mais conhecidas estão Minha Festa, Pranto de Poeta e Luz Negra, todas carregadas com a melancolia que lhe é peculiar. Hoje e amanhã, Guilherme interpretará estes e outros sambas, presentes em seu quarto disco solo — o segundo CD da carreira. Não são inéditos, mas ganharam novos arranjos do Trio Madeira Brasil, regional carioca. Nas apresentações campineiras, Guilherme de Brito será acompanhado pelo grupo local Quarteto de Cordas Vocais.

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