Revista Tecnicouro - págs. 46 e 47 - COIM implanta recuperadora de PU no RS
A Coim Brasil está implantando em Novo Hamburgo/RS a primeira fábrica de reciclagem para solados da América Latina, que vai processar 150 toneladas de solados de PU ao mês e transformá-las em matéria-prima nobre. O investimento é de R$ 5 milhões e vai proporcionar que, a cada ano, 1,8 mil toneladas do material - que demora entre três e quatro anos para se decompor na natureza - tenham um destino adequado.
A recuperadora de PU atenderá unicamente clientes exclusivos da Coim, cerca de 30 empresas no Sul, entre as quais Azaléia, Dakota, Politec e Matrissola. O sistema de operação incluirá uma programação mensal de entrega de solados de PU para processamento. “Os clientes saberão exatamente o dia em que deverão entregar os produtos”, afirma o diretor comercial e de marketing da empresa, Cláudio Neves Demar. A tecnologia de reciclagem de PU foi desenvolvida pela Coim Itália e inclui uma central de armazenagem de resinas e dois tratores, entre outros equipamentos de última geração.
Todo o processo de produção será feito em circuito fechado em atmosfera de hidrogênio, o que impedirá a saída de efluentes gasosos, ou seja, nenhum gás vazará à natureza. Além disso, o piso em volta da área de carga e descarga será impermeabilizado. No contorno da fábrica, valas recolherão líquidos que eventualmente possam vazar, canalizando-os a um tanque de captação, do qual serão retirados por meio de bombas e reintegrados ao processo de produção. “A segurança será total”, acrescenta Demar.
O projeto recebeu aprovação da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), da Secretaria de Meio Ambiente de Novo Hamburgo e do Corpo de Bombeiros. O sistema de aquecimento é alimentado por óleo diesel, liberando à atmosfera um volume de gases equivalente ao de um ônibus. Também pode operar com gás natural, ainda não-disponível no local.
O PU reciclado será comercializado com preço entre 10% e 15% menor que o do PU novo, porém com as mesmas garantias de qualidade. “Além dos benefícios para o meio ambiente e a comunidade, haverá também uma vantagem econômica, pois as empresas fornecerão parte da matéria-prima, as solas, pois não mais terão de arcar com os elevados custos de descarte dos resíduos em lixões”, frisa o diretor comercial da Coim, destacando a preocupação da empresa em prestar informações técnicas que permitam aos clientes obter a máxima eficiência na produção de selados de PU.
Durante a Fimec, a fábrica será apresentada oficialmente a clientes, convidados e imprensa do Vale do Sinos. A entrada em operação, contudo, deve ocorrer em maio.
Até lá, estará concluído o laboratório de desenvolvimento, testes e assistência técnica. O prédio que abriga o depósito de produtos, a recicladora, o laboratório e a administração está sendo totalmente reformado, para permiti o desenvolvimento das atividades com agilidade e segurança. As obras terminarão em junho e vão dar à área o visual padrão das unidades da Coim no Brasil.
A produção anual de PU no Brasil – feita basicamente por três grandes empresas — é de 30 mil toneladas. Destas, cerca de 8% acabam jogadas na natureza, na forma de solados, por exemplo, onde demoram até quatro anos para se desintegrar. Isso significa 2,4 mil toneladas de refugos, que ocupariam, se fossem enterradas, uma área de 9,6 mil metros cúbicos. Para processar um volume crescente de PU gerado pelas fábricas de solados, a Coim pretende ampliar a capacidade instalada da fábrica de Novo Hamburgo e implantar outras duas, em São Paulo e no Nordeste.
A questão ambiental, prioridade para a Coim desde que veio para o Brasil, é destaque em 2003 com a implantação da série de Normas de Gestão Ambiental 14000 - que deve ser concluída até o fim do ano — e a inauguração da fábrica de reciclagem de solados, em Novo Hamburgo. As ações darão continuidade aos programas de recuperação e preservação ambiental, tratamento de resíduos, reflorestamento e medidas preventivas.
Anualmente, a Coim recupera e encaminha para reciclagem cerca de 1,8 tonelada de sucatas metálicas e embalagens plásticas. Além disso, trata aproximadamente 2,8 mil m3/ano de água química e está iniciando a coleta seletiva de lixo, que enviará semanalmente cerca de 16 m3 de resíduos para a reciclagem.
A empresa também está atenta à qualidade do ar. A quema de gases é feita por meio de um sistema aquecedor de fluido térmico com queima de GLP. Os gases sofrem combustão total, podendo ser liberados na atmosfera sem danificar o meio ambiente, O sistema conta com um recuperador de calor pós-combustão, que diminui a temperatura dos gases, reutilizando o calor.