Segundo Kathy Ward, Diretora para as Américas de Finanças e Administração
de Pesquisa, “os ensaios conduzidos naquela unidade serão transferidos para
Paulínia, que receberá um investimento de um milhão e meio de reais na ampliação
das instalações, construção de novos laboratórios e casas de vegetação
climatizadas, além da contratação de pessoal”. Com sede administrativa no
país em Campinas, SP, a empresa manterá a estação de pesquisa em Carandaí,
e a unidade de produção em Igarapé, ambas localizadas no estado de Minas
Gerais.
"As necessidades de mercado e as crescentes oportunidades de negócios
oferecidas dentro da América do Sul, a localização da estação paulista na
maior região produtora de hortaliças do país, sua proximidade com clientes e
instituições públicas de pesquisa foram fatores determinantes na tomada de
decisão", explica o Diretor Associado para Pesquisa de Solanáceas, Manuel
Rosas.
De acordo com Rosas, embora haja o fechamento de uma estação, a decisão
fortalecerá o papel desenvolvido pela pesquisa da Seminis no país, e reforçará
a interação científica com os outros pesquisadores da Seminis mundial, que
focará o desenvolvimento de novas cultivares de hortaliças para o diversas áreas
de cultivo da América do Sul, antes voltado somente para as necessidades
brasileiras".
Rosas salienta ainda que as estações de Paulínia e Carandaí, por suas
localizações geográfica e características climáticas, são complementares e
abrangerão toda a gama de pesquisas em hortaliças para climas tropical e
subtropical. Ele conclui que "a mudança promovida pela Seminis permitirá
o fortalecimento das responsabilidades e atuação de Pesquisa para toda a América
do Sul. O Brasil centralizará as atividades científicas com os principais
ensaios sendo conduzidos no Peru, Chile, Argentina".
Para Phyllis Himmel, Diretora Mundial de Patologia, “as mudanças
promovidas pela Seminis beneficiarão também os produtores. Considerando que a
pesquisa por resistência genética à doenças é contínua e sempre procura
novas resistências para estudos, os produtores terão um maior e melhor acesso
a produtos com resistência a doenças e que se adaptem as necessidades
locais.”
Um exemplo é o recente caso do aparecimento de geminivirus nas principais
regiões de cultivo do país. "Quando a doença surgiu no Brasil, a Seminis
já possuía um programa adiantado de pesquisa no exterior. A interação entre
os cientistas permitiu a rápida identificação de híbridos com boa
performance, mesmo com a pressão da doença nas principais regiões produtoras,
e aumentou significativamente a produtividade nestas condições."
O brasileiro e engenheiro agrônomo Antonio Carlos Pierro assumirá a gerência
da Pesquisa para a América do Sul. Pierro possui vasto conhecimento dos
mercados da região devido às experiências anteriores na própria empresa nas
áreas de Vendas e Desenvolvimento de Produto.
Duas estações para o mundo
As estações experimentais de Pesquisa de Paulínia, SP, e Carandaí, MG,
desempenharão um papel importante para a pesquisa e o desenvolvimento de
cultivares destinadas aos países de clima tropical, subtropical e temperado.
"Cultivares de hortaliças como cebolas, cenoura, couve-flor e milho doce -
desenvolvidas aqui - serão comercializadas na Europa, na Ásia, entre
outros," frisa Dennis Miller, diretor mundial de Sementes Básicas.
A unidade de Paulínia está localizada em uma região estratégica do ponto
de vista logístico, pela proximidade com Campinas - 25 km - e São Paulo -
115km. A região é também o maior centro produtor de hortaliças do Brasil,
sendo a primeira em produção de tomate destinado ao consumo in natura, com
cerca de dez mil toneladas anuais. Os agricultores trabalham com alta tecnologia
de cultivo, utilizando sementes e insumos de última geração e técnicas de
manejo e irrigação avançadas.A região também possui características climáticas
privilegiadas para a horticultura.
Segundo dados do Cepagri/Unicamp, a altitude é de 674 metros, as
temperaturas médias mínima e máxima oscilam entre 11,9ºC (julho) e29,7oC
(fevereiro), e a média pluviométrica mínima é de 40 mm, na estação das
secas (maio/setembro) e média máxima de 170 a 260 mm, na estação das chuvas
(dezembro/fevereiro). A unidade de Carandaí está localizada a 1051 metros de
altitude, numa região de clima temperado com temperaturas médias anuais mínimas
de 15o.C e máximas de 27o.C. Os índices pluviométricos variam de 49 mm, na
seca, e 331 mm, nas chuvas.
A região mineira é a segunda produtora de cenoura do estado, com treze mil
e quinhentas toneladas anuais. O cultivo da cenoura em Carandaí é feito por
produtores altamente tecnificados. "São estas condições geográficas e
econômicas complementares que permitirão à Pesquisa trabalhar com cebola e
cenoura, em Carandaí, e as demais hortaliças em Paulínia", afirma
Antonio Carlos Pierro, gerente de Pesquisa para a América do Sul.(fonte: ArtCom
Ass. de Comunicação)