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Campinas-SP

 

SHOW DE NILTINHO TRISTEZA FOI ADIADO  


Reduto da boa música brasileira em Campinas, o Tonico´s Boteco tornou-se uma referência cultural no centro da cidade por receber artistas e intelectuais para apresentações, lançamentos e outras reuniões descontraídas. O nome é uma homenagem ao maestro e compositor Antonio Carlos Gomes, cujo apelido era Tonico. O casarão centenário onde está instalado o boteco foi preservado com toda estrutura arquitetônica original, e está localizado em frente a praça Antônio Pompeu, marco zero de Campinas, cercado de referências históricas e culturais. É um ponto de encontro diferenciado na noite campineira: um espaço boêmio onde a informalidade, a sofisticação e o ambiente agradável convivem em harmonia. Na decoração, painéis fotográficos da cidade antiga e posters de obras do maestro. No cardápio, pratos variados que vão desde os acepipes, petiscos e sanduíches especiais até pratos a La Carte. Na parte de bebidas, diferenciais como pingas aromáticas, o stanheguer W Double (exclusividade na cidade) e aperitivos exclusivos, além do chopp e cerveja sempre muito gelados. A casa é do empresário Paulo Henrique de Oliveira, não cobra consumação mínima, aceita todos os cartões de créditos e mantém convênio com os estacionamentos do Carmo e Simopark. Rua Barão de Jaguará - 1373, no Centro, em Campinas / SP. Reservas de mesa e informações pelo fone: (19) 3236 1664.


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Niltinho Tristeza em apresentação no Tonico´s, em 2003. Foto de Gilberto Gonçalves


Niltinho Tristeza conquistou esse sobrenome em 1965, quando compôs seu maior sucesso: "Tristeza", música que se tornou conhecida no Brasil inteiro na voz de Jair Rodrigues e soma um total de 210 regravações. Com quase 70 anos e muita energia, ele fará um show vem ao Tonico’s Boteco em Campinas (SP), no dias 20 de novembro, em substituição ao desta sexta-feira, que foi cancelado.

Niltinho é Tristeza só no apelido e porque é o autor do samba com este nome. Mas onde chega é de sorriso aberto, só faz alegria. Ele já mostrou esse perfil quando esteve em Campinas, em janeiro de 2003, no Tonico´s Boteco, abrindo o projeto “Ala de Compositores no Boteco”. Ele fez o público delirar, sambando na cadência e com breques em altos saltos, como um moleque, apesar de já ser avô.

Na década de 70 ele trabalhou durante 11 anos em São Paulo, com os mestres Sargentelli e Jamelão. De volta ao Rio, criou diversos sambas enredo para a Imperatriz Leopoldinense, dentre eles Barra de Ouro, Estrela Dalva e Liberdade, Liberdade. É de sua autoria também o grito de guerra da Imperatriz: "O meu sonho é ser feliz, vem de lá sou Imperatriz!

Serviço:

O show de Niltinho Tristeza no Tonico´s Boteco será na sexta-feira, dia 20 de novembro, a partir das 22 h. Couvert: R$ 12,00
O Tonico´s Boteco fica na rua Barão de Jaguara, 1373 – centro
Informações e reservas: 3236 1664


Um pouco de história
(http://imperatriz.free.fr/niltinho.php)

Apesar do apelido famoso, em 1963 quando fez o samba, nada aconteceu. Somente três anos mais tarde, depois da parceria com Haroldo Lobo, Tristeza estourou nas rádios e passou a ser uma das músicas mais cantadas no Carnaval de 1966, na voz de Ari Cordovil: "Tristeza, por favor vá embora / minha alma que chora..." Nos anos seguintes, o samba ganhou 210 outras regravações no país e no exterior. E a vida de Niltinho nunca mais foi a mesma.

“Tudo o que tenho foi graças à música”, diz ele. Aos 68 anos, casado com Neuza Maria, de 64 e o pivô de toda a história, Niltinho continua na ativa. Falante e animado, em nada lembra o apelido. Tampouco ficou como criador de um único sucesso. Com cerca de 150 sambas gravados, outros 80 guardados em fitas e mais alguns rascunhados em papel, ele emplacou também Chinelo Novo ("Eu vou sambar até gastar o meu chinelo novo / Quero esquecer a vida / Cair na avenida me perder no povo, amor..."), parceria com João Nogueira, em 1971. Composto para o Cacique de Ramos, foi outro sucesso do Carnaval daquele ano, quando o bloco saiu arrastando uma multidão que cantava a música pela avenida Rio Branco.

Em 1989, Niltinho repetiu a dose. Integrante da ala de compositores da escola de samba Imperatriz Leopoldinense, ele criou outros versos que ficaram na memória. O samba-enredo Liberdade, Liberdade ("Liberdade, liberdade / Abre as asas sobre nós / E que a voz da igualdade / Seja sempre a nossa voz...") - parceria a oito mãos com Preto Jóia, Vicentinho e Jurandir - conquistou um lugar entre os clássicos do gênero e contribuiu para que a escola se tornasse a campeã daquele carnaval.

Tristeza, por favor, vá embora...

Mas, sem dúvida, Tristeza é até hoje seu maior sucesso. “É o hino da minha vida, meu ganha-pão até hoje com direitos autorais, o que segura as pontas aqui em casa”, anima-se o compositor. Curiosamente Neuza só descobriu que a música tinha sito feita pra ela, anos depois de casada, quando ouviu a história contada pelo próprio Niltinho numa entrevista.

“Compus Tristeza em 63 e passei a cantar a música no bloco Boêmios de Botafogo”, lembra Niltinho. Foi onde o compositor Haroldo Lobo, já conhecido por sucessos como Alalaô, Índio quer apito, Emília e Pra seu governo, ouviu o samba pela primeira vez. Gostou tanto que propôs parceria a Niltinho. Por idéia de Haroldo encurtaram a música, suprimindo a segunda parte. “É que samba de Carnaval para pegar precisava ser curtinho”, explica Niltinho.

Haroldo não chegaria a ouvir a música nas rádios. Morreu duas semanas antes de o samba ser lançado e ouvido por todo canto. “Naquele tempo as rádios tocavam muitas músicas de carnaval e todas colocavam meu samba. Foi uma emoção muito grande”, conta.

Emoção maior ainda pelo momento por que o Rio de Janeiro passava, com enchentes que provocaram o desabamento de casas e mortes em várias favelas. O prefeito da época, Negrão de Lima, chegara até a cogitar cancelar o carnaval. Teria sido demovido da idéia e, no carnaval de 1966, o povo foi às ruas cantando Tristeza. A música virou o hino da cidade naquele momento, caindo na boca do povo.

Se não se tornou celebridade como os cantores da época, Niltinho passou a ser bastante solicitado no meio. “Vários cantores começaram a me pedir música, entre eles Elisete Cardoso, Peri Ribeiro, Wilson Simonal, Elza Soares, Jorge Goulart, Maria Creuza, Emílio Santiago, Dominguinhos do Estácio”, orgulha-se. Mas foi na voz de Jair Rodrigues, que Tristeza ganhou o Brasil inteiro e se tornou uma das músicas brasileiras mais conhecidas no mundo.

E Neuza, a musa do samba? O rompimento durou pouco tempo. “Foi briga de namorados. O caso é que ele tinha outras. Então resolvi que ele precisava se decidir e dei um basta no namoro”, conta a esposa. Niltinho soube como dar um fim nesse “basta”. Boêmio inveterado, ele passava as noites na farra, mas voltava para casa de manhã, a tempo de trocar de roupa e ir para a missa de domingo, onde sabia que encontraria Neuza.

"Emprego nunca larguei"

Os encontros na igreja deram resultado. “Eu acreditava que ele tinha dormido a noite toda. Fizemos as pazes”, lembra Neuza. O namoro engrenou e deu em casamento poucos meses mais tarde. “E estamos casados até hoje, são 42 anos de união, um filho e três netos”, acrescenta. Mesmo depois de se tornar a senhora Souza, Neuza continuou carreira como mulata do Sargentelli.

Nascido e criado em Botafogo, Niltinho teria seguido carreira militar, não fosse toda aquela rigidez incompatível com o estilo de vida que levava desde cedo. “Sempre gostei de baile, dançar gafieira”, conta. Em vez do Exército, fez concurso público e foi trabalhar no antigo INPS (Instituto Nacional de Previdência Social). Quando o sucesso começou a mudar sua vida, Niltinho era funcionário público pela manhã e linotipista à tarde. Logo passou a trabalhar com Sargentelli à noite.

Quando ficava difícil conciliar trabalho e vida de artista, ele pedia licença sem vencimentos do serviço público. “Música para mim era como hobby. Emprego nunca larguei”, conta. Em 1971, mudou-se de mala e violão para uma temporada de shows com Sargentelli e Jamelão em São Paulo. Era para ficar um ano, mas acabou ficando 11. “Nos apresentávamos em shows em hotéis como o Hilton, Comodoro, Casagrande, Ilha Porchat e boates como Barracão de Zinco.”

“No começo, eu vinha para o Rio todo fim de semana ficar com a família. Até que, no ano seguinte, mulher e filho, todo mundo foi para São Paulo”, conta. Neuza que mesmo casada se mantinha em forma, também voltou ao trabalho. Mas em vez de dançar como mulata, tornou-se responsável por selecionar e preparar as moças para o show. No final de 1981, o convite de um amigo para produzir um show de mulatas no Chile rendeu a Niltinho uma temporada fora do país. “O combinado era ficar um mês, mas com o sucesso do espetáculo só voltamos seis meses mais tarde”, lembra o compositor.

Perto do samba do Cacique de Ramos

Só em 1982, Niltinho voltou a fixar moradia no Rio. Comprou uma pequena casa numa vila em Ramos, só para ficar perto dos amigos que fizera no Cacique. É onde mora até hoje, cercado pela mulher, filho, nora e netos. A casa acompanhou o crescimento da família, foi ampliada e agora tem três andares. Lá, guardam com carinho os pôsteres com as fotos tiradas ao longo dos anos, em programas dos shows, boates e apresentações de televisão.

Apesar do sucesso, Niltinho não chegou a ganhar rios de dinheiro. “Na época, a arrecadação de direito autorais era ainda incipiente, não havia órgão arrecadador. Os fiscais levavam gravador para os clubes para saber quantas vezes a música tinha tocado. Nas rádios, o controle era feito pela programação”, lembra.

Chamado por amigos, Niltinho entrou para a União Brasileira de Compositores (UBC). “Mas entidades como o ECAD (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição), só passariam a existir anos mais tarde”, explica. Ele só deixaria a UBC, muito tempo depois, para fazer parte da Sadembra - Sociedade Administradora de Direitos de Execução Musical do Brasil. “A mesma do Roberto Carlos. Ela, sim, arrecada e repassa o dinheiro aos compositores”, diz.

Mesmo hoje, Niltinho nem pensa em pendurar o violão. Esporadicamente ainda se apresenta em cidades paulistas. “Aqui no Rio a concorrência é muito grande e o campo é restrito. Vou mais para Campinas, Sorocaba, Americana, Jundiaí e São Bernardo do Campo. Pego o violão e vou embora. Tem até um conjunto que me acompanha, Os Autênticos”, conta. E logo emenda: “Estou aberto a convites. É só me chamar.”

Outras Informações:
No Tonico’s Boteco, com Paulo Henrique de Oliveira, Fones 3236 1664 / www.tonicos.com.br

 

 
 
   
   
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