Abertura
Na solenidade de abertura, na manhã de hoje, o professor Dorival Bruni, presidente do Instituto Ambiental Biosfera, entidade organizadora do evento, afirmou que o importante neste debate é encontrar interfaces para que a indústria e o meio ambiente mantenham um ritmo de desenvolvimento sustentável.
Também discursaram na abertura o prefeito de Paulínia, Edson Moura, o embaixador da Venezuela Freddy Balzan e o deputado federal Emerson Kapaz. Em seu discurso, Kapaz defendeu uma legislação mais adequada para a política nacional de resíduos e a implantação de programas de coleta seletiva municipal.
Durante a tarde, serão debatidos temas como sistemas de gestão industrial e poluição. Entre os palestrantes internacionais estarão Alejandro Baradas Rebolledo, do Méxixo, que falará sobre a situação de manejo de resíduos sólidos; Carlos Pinheiro de Azevedo, de Portugal, que debaterá a eficácia dos sistemas de gestão na indústria e suas vantagens competitivas e a cientista ambiental June Lombard, da África do Sul, que abordará experiências realizadas em países do sul da África sobre manejo de resíduos.
A reciclagem comercialmente atrativa
Criar pequenas usinas de separação e compostagem de lixo e, ao mesmo tempo, envolver a comunidade local no processo é a proposta do pesquisador Alejandro Barradas Rebolledo, chefe do laboratório de Pesquisa sobre Meio Ambiente, de Minatitlan, México, que participou da aberturas dos debates do 1º Simpósio e Exposição Internacional sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável em Municípios Industriais, em Paulínia (SP).
O projeto foi implantado na cidade mexicana de Minatitlan a partir de um abrangente programa de educação e treinamento de separação e reciclagem de lixo que envolveu os moradores e, ao mesmo tempo, criou uma oportunidade de trabalho formal a trabalhadores que, de alguma forma, já sobreviviam da reciclagem dos lixões. Com o programa, a reciclagem passou a ser encarada como uma atividade comercialmente atrativa. As coletas seletivas são realizadas em dias pré-determinados por coletores treinados em educação ambiental e manuseio de resíduos sólidos.
Legislação incentiva recuperação de áreas
No segundo debate internacional do dia, o advogado norte-americano Chris M. Amantea explicou a nova legislação que procura favorecer e proteger investidores que aplicarem seus recursos na recuperação de antigas áreas industriais, abandonadas ou não. O novo conjunto de leis estabelece que os atuais proprietários (ou compradores) de uma determinada porção de terra não têm responsabilidade legal sobre os danos causados ao meio ambiente naquela área.
O objetivo dessa nova legislação é permitir que investidores e a municipalidade, em conjunto com a comunidade e com o proprietário da terra, possam apresentar projetos economicamente viáveis e produtivos para aquelas antigas instalações industriais. O projeto para recuperação dessas áreas industriais é controlado por um órgão do governo federal norte-americano, que também administra as verbas necessárias para a recuperação das áreas.
Programa Atuação Responsável
A programação de palestras contou ainda com a participação de Marcelo Kós Silveira Campos, gerente de assuntos técnicos da Abiquim (Associação Brasileira das Indústrias Químicas), que fez um balanço do programa Atuação Responsável.
O programa, implantado em abril de 1992, é uma iniciativa que visa certificar indústrias e estabelecer metas e parâmetros de melhoria contínua nos processos industriais e nos cuidados com o meio ambiente. Ao todo são 116 práticas gerenciais que as empresas participantes do programa devem cumprir em suas instalações.
Ações regionalizadas garantem eficácia de projetos ambientais
Ações regionalizadas são mais eficazes em projetos de desenvolvimento ambiental sustentável. Ao invés de ações corretivas, os municípios devem adotar medidas preventivas para garantir a qualidade de vida de sua população, recomenda o engenheiro Danilo Luchiari, diretor da empresa Brasil Ambiental, de Americana, um dos palestrantes da primeira mesa redonda do 1º Simpósio e Exposição Internacional sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, aberto hoje em Paulínia.
No debate, as limitações regionais do desenvolvimento sustentável marcaram as discussões. “Toda região deve usar seus limites físicos como parâmetro para determinar um Plano Diretor de abrangência regional”, afirmou Luchiari.
Discussões sobre o uso da água na região e os planos dos municípios em relação à criação de políticas ambientais sustentáveis também foram abordadas pelos palestrantes. A mesa reuniu o prefeito de Rio Claro, Cláudio de Mauro, que preside o Comitê das Bacias Hidrográficas dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí, além dos engenheiros Paulo Rochedo, diretor do Centro Tecnológico de Americana e Regina Ribeiro Cancilieri, chefe do Departamento de Águas e Esgotos de Santa Bárbara D´Oeste.
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