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O compositor Marcos Padilha (foto: Carlos Bassan)

As apresentações começam nesta quinta-feira, 22 de novembro, quando a composição terá sua estreia mundial, até o próximo sábado, 24, na Sala São Paulo, um dos espaços de maior prestígio da música clássica nacional.

Este concerto é dedicado a Antonio Meneses e foi composto após encomenda da Osesp, que realiza apresentações nesses dias com regência de Giancarlo Guerrero. Nascido na Costa Rica e radicado nos Estados Unidos, Guerrero é o titular da Sinfônica de Nashville.

Segundo Padilha, sua composição poderá ser interpretado pelos ouvintes como “pura e hermética inquietação”. “Logo no início, após uma introdução soturna nos graves, surge um momento de questionamento. Esta interrogação enigmática será respondida intempestivamente pelo violoncelo solista, com um tema rítmico, entrando em cadência, se impondo definitivamente”, descreve o autor

O segundo tema da obra, conforme definição do próprio Padilha, segue-se em longa e agônica ascensão. “Depois destas exposições a obra passa a se desenvolver onde a orquestra será o polo gerador das cores e dos estados puros da alma, e o violoncelo, exalando os demônios da mente, deixa um rastro marcante e impositivo até um frenético êxtase final”, explica.

As apresentações serão realizadas às 21h nos dias 22 e 23 (quinta e sexta-feira) e às 16h30 no dia 24. Os valores dos ingressos variam de R$ 44,00 a R$ 149,00. A Sala São Paulo fica na Praça Júlio Prestes, nº 16, no bairro Santa Cecília, em São Paulo. Mais informações no site www.osesp.art.br.

Compositor

Marco Padilha nasceu em 21 de novembro de 1955, em Campinas. Iniciou seus estudos de teoria musical, piano e iniciação à composição, com o pianista e compositor Orlando Fagnani, ainda na sua cidade natal.

É formado em piano e matérias complementares pelo Conservatório Musical Carlos Gomes, em Campinas; bacharel em composição pela Universidade Estadual de Campinas – Unicamp; e bacharel em Relações Públicas pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas.

Além disso, realizou aperfeiçoamento em piano, estudando interpretação e estilo, com a grande pianista brasileira Isabel Mourão. Padilha teve sua formação como compositor estudando com o compositor Almeida Prado, que foi aluno em Paris de Nadia Boulanger e Olivier Messiaen, herdando assim a tradição da música europeia.

É considerado um dos mais importantes compositores de sua geração. Exerce, também, atividades múltiplas como relações públicas e radialista. Além de compositor e diretor administrativo da OSMC, é chefe do Cerimonial da Prefeitura Municipal de Campinas.

O compositor campineiro tem obras apresentadas pela Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas, Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo, Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, Conjunto de Música Nova de Zurique e Les Sacqueboutiers de Toulouse.

Além disso, tem no currículo obras apresentadas por renomados intérpretes como Antonio Meneses, Sônia Rubinsky, Nahim Marun, Rafael Altino, e regida pelos maestros Roberto Duarte, Ailton Escobar, Roberto Tibiriçá, Roberto Farias, Karl Martin, Lutero Rodrigues, Ligia Amadio, entre outros.

O seu Concerto para viola e orquestra Op. 13, tem causado efusivos comentários por intérpretes e pela crítica, como uma das mais importantes obras escrita para esse instrumento no século XX.

Em 1992, sua obra “Mystagogós – Hommage à Olivier Messiaen Op. 14”, foi escolhida pelo Conjunto de Música Nova, de Zurique, capital da Suíça entre obras de sessenta compositores brasileiros, para encerrar a apresentação do Conjunto, durante o Festival Internacional de Zurique (Suíça), dedicado nesse ano à cultura brasileira.

Sua obra “L’Amour Oublié – Hommage à Paul Verlaine”, encomendada pelo conjunto Les Sacqueboutiers de Toulouse-França, foi apresentada em primeira audição mundial, em 07 de outubro de 2010, em Toulouse, recebendo grande elogio da crítica especializada. Sendo esta obra a única encomenda feita pelo conjunto a um compositor brasileiro.

Seu catálogo de obras inclui composições para piano solo, viola solo, violoncelo solo, flauta transversal solo, música de câmara, concertos, orquestra sinfônica e também para instrumentos de música antiga. É editado pela Editora Irmãos Vitale, no Brasil, e pela TONOS Musik Verlag, na Alemanha.