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Programa Brave da Unicamp vai ter plantas de Agave clonada em Holambras

CAMPINAS/SP


AGAVE VAI ´INUNDAR´ O INÓSPITO SERTÃO BRASILEIRO
MUDAS DA PLANTA SERÃO CLONADAS EM HOLAMBRA

A tecnologia TIB – Imersão Temporária em Biorreatores - capaz de clonar uma única muda em milhões de outras e utilizada já há alguns anos pela Multicanaplus na cultura de cana de açúcar, como empresa do grupo SBW de Holambra/SP, será responsável pela propagação e fornecimento das mudas que o Programa Brave – Brasil Agave – da Unicamp. Com financiamento da Shell, o programa pretende mudar o cenário agrícola e social do sertão brasileiro. Para isto serão desenvolvidas tecnologias que fornecerão a base de uma nova cadeia industrial no país, baseada em um cultivar adaptado ao clima semiárido presente no Sertão Brasileiro e cujo potencial produtivo se assemelha àquele encontrado na cana-de-açúcar cultivada em outras regiões do Brasil.

Os primeiros protocolos para a clonagem em larga escala do Agave em biorreatores já estão praticamente concluídos nos laboratórios em Holambra/SP. A pesquisadora Sandra Regina Queiroz esta protocolando cinco variedades, Agave Americana, Agave Fourcroydes, Agave Sisalana, Agave Tequilana , Agave Tercklei. . “Nós já estamos começando os testes em TIB com as variedades Americana do matrizeiro da SBW e a Tequilana, do matrizeiro da Unicamp. Para as outras estamos fazendo ajustes de qual melhor explante e meios de cultura”.

O setor de energia tem levado os dirigentes da Multicaplus a investirem pesado em pesquisas de variedades com bom resultado nesta área. “O agave é uma destas culturas pois hoje nós precisamos muito da produção de bioenergia e com economia de água. E como nós já temos a tecnologia usada com excelentes resultados na produção de mais de 45 milhões de mudas de cana de açúcar por ano, pretendemos aplicar a mesma tecnologia com o Agave para produzir muitas mudas, de excelente qualidade e de baixo custo” explica a CEO Conny de Wit.

O pesquisador e professor da Unicamp Gonçalo Pereira vem estudando a possibilidade de levar o Agave para as regiões mais quentes do país. “Diferentemente da cana, ela demora para explodir o seu crescimento, mas resiste às condições mais inóspitas, como aquelas do Sertão Brasileiro, onde temos terras abundantes e baratas, que precisam ser utilizadas (de forma sustentável) para a geração de empregos. Essas plantas, após cerca de 5 anos, chegam a pesar 270 kg e produzir ao redor de 880 t/ha. É incrível. Se anualizarmos, temos a produtividade da cana. Só que no Sertão.

LGE – LABORATÓRIO DE BIONERGIA

O programa, intitulado BRAVE (Brazilian Agave Development), foi lançado no dia (7/11) durante cerimônia no Laboratório de Genômica e Bioenergia da Unicamp, em Campinas (SP). Com investimento na ordem de R$ 30 milhões, o projeto é financiado pela Shell em parceria com a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e pretende desenvolver o Agave como uma nova fonte de biomassa produtiva, eficiente e competitiva, capaz de capturar e armazenar grandes quantidades de carbono. Participaram da cerimônia inúmeros pesquisadores e empresários ligados ao segmento de bioenergia incluindo pesquisadores da Multicanaplus.

O professor Gonçalo explicou aos presentes sobre a importância do projeto que teve início oficialmente hoje mas já vem sendo desenvolvido desde 1997 na Unicamp. “Recentemente eu participei de uma expedição pelo sertão e aprendi demais sobre aquela região. Desta forma O BRAVE se apresenta como uma biorevolução para o sertão como desenvolvimento de uma cadeia de valor baseada em plantas de altíssima produtividade em zona de semiárido, que se tornará ainda mais comum com as mudanças climáticas”.

Ao final foi assinada a parceria e em seguida os representante dos segmento envolvidos fizeram plantio de uma muda de Agave Tequilana no jardim de entrada do Laboratório no campus da universidade.
 

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