CAMPINAS/SP


A Transparência Internacional publicou ontem os resultados do Índice de Percepção da Corrupção. Considerado o principal indicador de corrupção no mundo, o IPC avalia 180 países e territórios, atribuindo uma nota que vai de 0 a 100. Quanto menor a pontuação, maior é a percepção da corrupção.

Nesta edição do IPC, destacamos que o Brasil teve uma década perdida no combate à corrupção. Estagnado com desempenho ruim desde 2012, o país alcançou apenas 38 pontos pelo terceiro ano consecutivo — o que o deixa, em 2022, na 94ª colocação, empatado com Argentina, Etiópia, Marrocos e Tanzânia.

Essa pontuação posiciona o país abaixo da média global (43 pontos), atrás da média para os países da América Latina e Caribe (43 pontos) e ainda mais distante da média entre os países que compõem o G20 (53 pontos) e a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, a OCDE (66 pontos).
A pontuação ruim do Brasil no IPC 2022 é um reflexo do desmanche acelerado dos marcos legais e institucionais anticorrupção que o país levou décadas para construir e que vem sendo denunciado e documentado pela Transparência Internacional - Brasil nos últimos anos.

Além do desmonte nos mecanismos de controle da corrupção, o país também enfrentou ataques sem precedentes que ameaçaram o regime democrático e o maior esquema de institucionalização da corrupção que se tem registro no Brasil, o Orçamento Secreto.

Estes e outros retrocessos foram destacados pelo relatório Retrospectiva Brasil 2022, que traz uma análise detalhada dos acontecimentos que marcaram o combate à corrupção e a agenda de transparência ao longo do último ano.

Acreditamos que é possível reverter parte dos graves retrocessos que nos trouxeram até este ponto. Em nossa Agenda de Transparência e Integridade – Propostas para o Quadriênio 2023-2026, apresentamos 25 propostas para recuperar a agenda de combate à corrupção e fazer o país voltar ao caminho de integridade e transparência pública.