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OZORES ENFRENTA AS DUAS PARA NADAR NA LAGOA AZUL
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SEM LEGENDA
CAMPINAS/SP
MARCOS OZORES
DIÁRIOS MARANHENSES III
No dia em que nasci nenhum anjo torto veio falar comigo nem com minha mãe. No dia em que nasci a música que mais tocava na rádio Morada do Sol, em Araraquara, era ‘Beacause of you’ na voz de um jovem ítalo americano, nascido em Nova Iorque, em 1926, batizado como Anthony Dominik Benedetto e que ficou conhecido, no mundo artístico, como Tony Benett. Hoje ele partiu aos 96 anos e, minha mãe se viva, teria a mesma idade dele. Obrigado Tony Bennet pelas lindas músicas que gravou e pelas quais dancei durante minha vida ‘check to check’ pelos bailes da vida. Vá em paz Benedeto e obrigado pelo seu legado principalmente aquelas músicas que gravou, no final da vida, na companhia de Lady Gaga.
Feito o necrológico merecido do Tony eis que começo a redigir mais um capítulo desse Diário, no final da tarde de uma sexta-feira, no quarto de uma pousada, no município de Barreirinhas, localizado à beira do rio Preguiça que serpeia a cidade como cascavel pronta a dar o bote e que é portal de entrada dos Lençóis Maranhenses. O Preguiça depois de passar por Barreirinhas se alonga e deságua no mar lambendo longamente o estuário do povoado de Atins.
Mas antes de comentar aqui a visita que fiz hoje pela manhã a Lagoa Azul, começo pelo começo, isto é, o trajeto que fiz ao volante de um carro alugado de São Luiz até aqui. Um percurso de 257 km pela BR 402 e que cruza dezenas de minúsculos municípios sendo que alguns deles mais parecem aldeias e vilas do que cidade. O que chama atenção dos viajante são as construções de pau a pique e cobertura de palha da carnaúba ou do buriti, fontes de renda da população local. Essas rústicas construções, espalhadas ao longo da rodovia, servem tanto para moradia como para comércio local de venda de produtos regionais ou de serviços, como as borracharias e oficinas mecânicas.
O que mais salta aos olhos atentos são as centenas (quiçá milhares) de minúsculos templos pentecostais e neopentecostais construídos nesses povoados. E os templos que mais se vê sã da Assembleia de Deus, todos seguindo uma mesma planta construtiva. O que diferencia um templo de outro é cor da pintura normalmente azul ou verde e, acho eu que é para os membros não se confundirem. Se, por acaso e que é muito comum tiverem dois templos num mesmo vilarejo a população não se confundirá e uma ala vai para a igreja azul e outra para a verde.
Me lembro que durante décadas, quando meu irmão mais velho era vivo, ele no volante e eu ao lado de copiloto e com máquina fotográfica na mão percorríamos durante horas os bairros populares de Manaus para que eu fotografasse os frontispícios dos templos pentecostais e neopentecostais com as mais diferentes denominações religiosas. Ainda devo ter um banco de imagens com mais de duas filmes fotos. Só em Manaus, por exemplo, existem mais de dois mil templos da Assembleia de Deus, e isso é facilmente comprovado porque os templos estão numerados no frontal da entrada.
Bem, voltando a Barreirinhas e os passeios digo a voces que vale a pena. Só que reservem hotéis ou pousadas com muita antecedência e antes observem bem as ofertas do Booking. Depois conto para voces com mais detalhes, mas como não aguento antecipo um pedaço da história: o hotel que reservei pelo Booking fica dentro de uma clínica médica e dentária sem garagem e, pior, no burburinho de um centro urbano caótico, numa cidade com transito sem regras com milhares de motos e caminhonetes adaptadas para transporte intermunicipal e para passeios às dunas.
Não vou me alongar aqui nesse tema. No final da tarde de ontem (quinta-feira dia que não publiquei esse Diário) ficamos horas procurando um local para se hospedar e por fim conseguimos uma pousada linda à beira do rio Preguiça onde se tem a visão de um dos mais belos por de sol que já vi.
Hoje, sexta-feira, o passeio tão esperado. A visita às dunas e a Lagoa Azul situada no parque dos Lençóis Maranhenses. E digo para voces uma verdade. É um dos lugares mais lindos que já vi com esses meus olhos e acho que todo mundo deve conhecer. Quando a caminhonete, adaptada com cadeiras na caçamba (eu vim dentro da caminhonete cabina dupla com ar-condicionado, é claro. Privilégios para quem tem mais de setenta), chega ao topo da duna onde abaixo está a Lagoa Azul você tem visão da imagem em perspectiva da imensidão de areia e parece que você não consegue reagir a tanta beleza. Segundo os guias turísticos em toda a área do Parque existem mais de 30 mil lagoas. Antes que me perguntem se esse número está certo respondo antecipadamente também achei exagerado, mas que todos os guias repetem as mesmas frases, lá isso é verdade. É uma lenda urbana.
Para desfrutar da água doce translucida da lagoa você é obrigado a descer a duna. Não se esqueça, porém, que terá que subir tudinho novamente então pense bem antes de descer. O mais recomendável para alguns seria permanecer na caminhonete, protegido do sol e se refastelando com ar-condicionado e só sair para fotografar.
Como o tal do ser humano é desafiador e imperfeito é claro que diante de tal beleza você não resiste e desce ladeira abaixo e se joga na água fria da lagoa. Aí da aquela sensação do ‘dolce far niente’ que num de repente toma conta do seu corpo e você relaxa e depois de nadar senta-se à beira da lagoa com as pernas estendidas vendo centenas de peixinhos (quase larvas) dourados circundando seu pé procurando algo para comer. E assim você fica uma hora inteira. Se bobear você até vê o canto 12 da Odisséia quando Ulisses chega a ilha dominada pelas sereias.
Com o atro Rei na cabeça, ao meio-dia, parece até mais quente que o deserto do Saara, mas isso é contornável com a tecnologia à disposição dos paulistas branquelos. Camiseta de manga comprida branca antissolar (não sei se funciona, mas a gente faz que acredita), protetor solar 70 ou 500, se tiver, boné e o guarda-chuva que não levei, mas é essencial para sobrevivência.
Principalmente quando você termina seu banho e olha aquela montanha de areia quente e quando começa a encarrar a subida o seu o pé afunda até o tornozelo. Cada quatro passos que dá para subir desce pelo menos um e se bobear dois os quatro. Se você estiver na faixa acima dos 60 preste atenção antes de descer e escolha o local menos íngreme já que depois de descer vai ter que enfrentar aquele morrão de areia e à medida que você vai subindo ao mesmo tempo vai descendo. É assim: você dá quatro passos e desce um, ou dois dependo de cada um. Aí você para descansar a quatro passando, caindo um prá trás, vai tentando. Depois de muito muito tempo você chega ao todo. E dá-lhe mister Sunshine na cabeça do povão e do tei.
Aí você se sente um vitorioso mas chegando ao topo a caminhonete não está e você, o burrão, esqueceu de anotar o celular do motorista e tampouco o nome dele. Aí você tem que ficar no alto daquela duna que nessa altura do passeio parece ter uns dois mil metros, debaixo de solão e fica perguntando - como aquele peru bêbado que minha vó materna insistia em embriagar antes de matar para ceia de Ano Novo- a todos os motorista que chegam ao topo para buscar seus passageiros se um deles conhece ‘um moreninho de barbinha e cabelinho com parafina’ (como só existisse um moreninho com barbicha e cabelo descolorido no mundo) e aí eles te perguntam de volta como chama o motorista e daí você com cara de idiota diz ‘não sei’ porque esqueceu de anotar nome, celular, nome da esposa, dos filhos, do sogro, da sogra até a quinta geração. Nesse momento é que você se dá conta como faz falta um guarda-chuva numa hora dessa.
Apesar de tudo valeu a pena? Claro tudo vale a pena se a alma não é pequena, diria o poeta. Resolvido impasse e as dificuldades que aos setenta aumentam consideravelmente tudo volta ao normal e você já sonha em um dia voltar novamente para tanta beleza e fazer os passeios que desta vez não deu para fazer.
Amanhã tem mais
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