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Campinas-SP
DORINA, DESCALÇA, SAMBA NO TONICO’S
Reduto da boa música brasileira em Campinas, o Tonico´s Boteco tornou-se uma referência cultural no centro da cidade por receber artistas e intelectuais para apresentações, lançamentos e outras reuniões descontraídas. O nome é uma homenagem ao maestro e compositor Antonio Carlos Gomes, cujo apelido era Tonico. O casarão centenário onde está instalado o boteco foi preservado com toda estrutura arquitetônica original, e está localizado em frente a praça Antônio Pompeu, marco zero de Campinas, cercado de referências históricas e culturais. É um ponto de encontro diferenciado na noite campineira: um espaço boêmio onde a informalidade, a sofisticação e o ambiente agradável convivem em harmonia. Na decoração, painéis fotográficos da cidade antiga e posters de obras do maestro. No cardápio, pratos variados que vão desde os acepipes, petiscos e sanduíches especiais até pratos a La Carte. Na parte de bebidas, diferenciais como pingas aromáticas, o stanheguer W Double (exclusividade na cidade) e aperitivos exclusivos, além do chopp e cerveja sempre muito gelados. A casa é do empresário Paulo Henrique de Oliveira, não cobra consumação mínima, aceita todos os cartões de créditos e mantém convênio com os estacionamentos do Carmo e Simopark.
Rua Barão de Jaguará - 1373, no Centro, em Campinas / SP. Reservas de mesa e informações pelo fone: (19) 3236 1664.
E contar que teve gente que veio de Belo Horizonte só para ver Dorina cantar no Tonico’s Boteco. Deve mesmo ter valido o esforço. O show da “vulcânica” jovem senhora mãe de dois filhos adultos foi daqueles de ficar marcado mesmo na história da casa. Ao tirar as sandálias, segundo ela para sambar com mais segurança, eternizou um momento digno da casa que já é bi-campeã, como Melhor Música ao Vivo pela revista Veja. Afinal, naquele cantinho de chão onde ela sambou descalça, já sambou também, ninguém menos que o saudoso Guilherme de Brito, entre outros grandes nomes do samba que faz do Tonico’s Boteco uma referência de respeito pelo Brasil afora.
Na mesa, à espera da sua hora, aveludando as cordas vocais com caipirinha com muito limão e açúcar ela se disse nervosa. “É uma sensação estranha que senti poucas vezes como esta”. Logo, mais distraída, explica sobre a receita de limão com muito açúcar e um pouco de cachaça para abrir a voz. “Minha fonoaudióloga me mata. Ela diz que é muito bom na hora, mas no dia seguinte fica tudo esculhambado. Aí o negócio é mesmo muita água para dar sossego às cordas vocais cansadas”.
Já lá na frente do público não demorou quase nada para a voz comandar o corpo e fazer o samba rolar como se estivesse num quintal qualquer de Irajá. E saiu de tudo. A pedido, até Adoniram Barbosa, um dos ícones do samba paulista. Foi difícil parar. Fez três “bis” e mesmo assim ainda queriam mais. De volta à mesa entre surpresa e satisfeita teve tempo para conversas ao pé de ouvido com novos fãs e claro, para os autógrafos – nada rebuscado apenas o nome Dorina – sobre o encarte do CD Tem Mais Samba que, independente, foi vendido livremente na casa.
Cutucada por paulistas e cariocas presentes falou sobre o samba de lá e de cá. “O samba de São Paulo tem que ter a cara de São Paulo e pronto. Outro dia vi um show do Germano Matias e fiquei deslumbrada. Ele é muito bom. Tem um samba de breque diferente do samba de breque carioca, mas e daí, é muito bom oras”. Partiu dizendo que adorou o Tonico’s Boteco e recomendou ao comandante Paulo Henrique Oliveira um show com a Marinália (filha do Martinho da Vila) e a programação de um “Chico dos anos 60” que se dispõe a ajudar na realização. Já sobre as sandálias, saiu entre beijinhos e carinhos dos que ficaram até o final.