Reduto da boa música brasileira em Campinas, o Tonico´s Boteco tornou-se uma referência cultural no centro da cidade por receber artistas e intelectuais para apresentações, lançamentos e outras reuniões descontraídas. O nome é uma homenagem ao maestro e compositor Antonio Carlos Gomes, cujo apelido era Tonico. O casarão centenário onde está instalado o boteco foi preservado com toda estrutura arquitetônica original, e está localizado em frente a praça Antônio Pompeu, marco zero de Campinas, cercado de referências históricas e culturais. É um ponto de encontro diferenciado na noite campineira: um espaço boêmio onde a informalidade, a sofisticação e o ambiente agradável convivem em harmonia. Na decoração, painéis fotográficos da cidade antiga e posters de obras do maestro. No cardápio, pratos variados que vão desde os acepipes, petiscos e sanduíches especiais até pratos a La Carte. Na parte de bebidas, diferenciais como pingas aromáticas, o stanheguer W Double (exclusividade na cidade) e aperitivos exclusivos, além do chopp e cerveja sempre muito gelados. A casa é do empresário Paulo Henrique de Oliveira, não cobra consumação mínima, aceita todos os cartões de créditos e mantém convênio com os estacionamentos do Carmo e Simopark. Rua Barão de Jaguará - 1373, no Centro, em Campinas / SP. Reservas de mesa e informações pelo fone: (19) 3236 1664. » Baú de Notícias » Galeria de Fotos » Clipping

Luiz Carlos da Vila em apresentação e a capa do novo CD

Luiz Carlos da Vila é o poeta do samba que está, naturalmente, por sua linguagem poética e musical, entre a velha guarda e a vanguarda, transformando a essência da arte popular com tamanha riqueza que chega a confessar para os mais íntimos, nas horas de descontração, que fica ali confabulando com o divino, à vontade e com magia, coisas do tipo: “quando ela falou em trocar de janela pra outra que tinha paisagem tão bela, eu disse: não troque, que eu trago a paisagem um pouco mais pra cá”, em Samba pra Lili (Jane e LCV). O poeta é assim, embaralha o real e o virtual e deixa que a gente resolva a vida.

Serviço:
Luiz Carlos da Vila
Dia 31 de agosto, a partir das 21h30
Tonico’s Boteco
Rua Barão de Jaguara, 1373 – centro – Campinas/SP
Fone (19) 3236 1664
Acompanhado pela Velha Arte do Samba
Couvert: R$ 14,00

O CD
Um Cantar à Vontade, o oitavo registro fonográfico do compositor Luiz Carlos da Vila, que se soma a dois LPs, um compacto duplo e quatro CDs representativos de uma histórica, surpreendente e consagrada carreira, nos leva para uma viagem real ao universo do samba. Ao ouvirmos, entramos na roda, ambiente de se cantar à vontade, com vozes de um grande coro popular, que é pura emoção, criando um clima ao vivo para exaltar a regravação de uma primorosa seleção musical do acervo de sucessos. Parte da coleção do artista, que reflete a vida, o amor, o samba, o dia-a-dia, dos ancestrais aos nossos dias, dos homens de bem que o samba produz.

A produção é do veterano Milton Manhães, (que também atua como percussionista), para a gravadora MUSART Music. Manhães filtrou a sonoridade de um show gravado em 2001, no Teatro Rival BR, RJ, realçado, em estúdio, com os complementos finais, preservando com a sensibilidade de quem conhece, as principais características da descontração vocal original. O resultado é vibrante como uma legitima roda de samba dos tempos do Cacique de Ramos valorizado também pela atuação de grandes músicos, células germinais do samba: das percussões de Mestre Jaguara, Marcelinho Moreira, Milton Manhães e Neném Chama, e das preciosas harmonias de Carlinhos Sete Cordas e Márcio Almeida “Hulk”.

Um Cantar à Vontade é um caleidoscópio do poder da criação de Luiz Carlos da Vila. A ordem em que se ouve não importa, a seqüência e combinações são infinitas, como a inspiração do poeta. Um registro que segue imprimindo em cada audição a força do nosso samba, a importância dos nossos sambistas e o respeito a todos os artistas.


As Músicas
O CD abre com Kizomba a Festa da Raça (Rodolfo, Jonas e Luiz Carlos da Vila). Samba-enredo que em 1988, comemorou o Centenário da Abolição em alto estilo, dando o primeiro e histórico campeonato à Escola de Samba de Vila Isabel, e ao compositor. Um marco na história dos desfiles das escolas de samba que abalou as estruturas impostas e com lucidez e garra, transformou o cenário, trazendo de volta a legitimidade dos sambistas e sua auto-estima, um dos principais fundamentos do samba e forte aspecto da linguagem presente na obra do compositor. Nessa corrente temos outros dois sambas-enredo presentes neste CD: Nas Veias do Brasil, que não concorreu, mas foi composto na intenção do centenário da abolição, e Por Um Dia de Graça (LCV), mosaicos de fé e de valores intelectuais e artísticos do gene do samba profetizados pelo artista.

Para não quebrar a corrente, um recado em forma de homenagem ao Mestre Candeia, O Sonho não Acabou (LCV) que se tornou um hino das rodas de samba. Nas letras que falam do sentimento de amor revirado pelo avesso, no prazer do poeta que domina o verso e o reverso das relações, que em outras duas faixas do retrato da vida real e seus desenganos amorosos constrói a crônica com humor e ironia: na já comentada, Samba pra Lili, que segue com Sem Endereço (Arlindo Cruz e LCV) e Samba que nem Rita Adora (LCV), essa em resposta ao samba A Rita, de Chico Buarque.

Doce Refúgio (LCV) descreve a essência dos grandes encontros musicais e seus personagens vividos, germinados e frutificados no Cacique de Ramos, que marcaram época e de onde saíram grandes nomes e grandes sambas. Fonte inesgotável.

Outros preciosos momentos do CD que mantém o clima do Cacique: Horizonte Melhor (Adilson Victor e LCV) Romance dos Astros (Bandeira Brasil e LCV), Arco-íris (Sombrinha e LCV) e Oitava Cor (Sombra, Sombrinha e LCV), a seqüência que faz jus à época e destaca a parceria de grandes compositores em torno de seus temas preferidos que falam dos astros, das cores naturais e românticas da poesia e melodia.

Além da Razão (Sombra, Sombrinha e LCV) ganhou o prêmio Sharp, em 88 de melhor samba, onde ele concorreu com ele mesmo com Kizomba a Festa da Raça. Poesia no seu melhor estilo, uma interpretação acompanhada pelos acordes bem definidos de Carlinhos Sete Cordas, com destaque para o coro regido pela emoção do autor.

Uma reverência a um dos pilares do samba, Nelson Cavaquinho, Notícia (Nelson Cavaquinho, Norival Bahia e Alcides Caminha) traz a poesia e a melodia para o sentimento de Luiz Carlos da Vila. Identidade de sambista. Destaque para o solo de cavaquinho do Márcio “Hulk”.

Os Papéis (Wilson das Neves e LCV) parceria clássica de dois poetas narrando o ofício do compositor no exercício da intimidade da criação, dedicada a um grande amor. Mestres da música popular.

O Show Tem Que Continuar é um dos maiores clássicos do samba de Luiz Carlos da Vila. Traz a parceria de Arlindo Cruz e Sombrinha e sintetiza todo o sentimento e a constante renovação do artista que deságua na genialidade, rompendo as fronteiras, com dignidade e nobre representação da arte popular.

O Músico
Carioca de 57 anos, nascido no bairro de Ramos, morou na Vila da Penha, de onde tirou o sobrenome artístico, além de ser freqüentador de Vila Isabel. Estudou acordeom e violão, e na década de 70 ia aos ensaios do bloco Cacique de Ramos, onde tocava e apresentava seus sambas. É um dos compositores do samba-enredo "Kizomba - A Festa da Raça", que deu à escola de samba Unidos de Vila Isabel seu primeiro campeonato no carnaval de 1988. É considerado um dos sambistas mais sofisticados em atividade.

Outras informações:
Tonicos Boteco - fone (19) 3236 1664 - www.tonicos.com.br

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