Celso Pixinha, Andres Zúniga e Nilton Wood entre os destaques das apresentações (veja outras fotos abaixo)
Pela primeira vez, Campinas será palco do principal Festival de Contrabaixo do país, o 4º CoverBaixo. O evento acontecerá nos dias 24, 25 e 26 e 27 de janeiro, no Auditório Music Hall, da Escola de Música & Tecnologia (EM&T). O auditório tem capacidade para 130 pessoas e os convites podem ser retirados mediante a entrega de dois quilos de alimento não perecível, que serão doados a entidades assistenciais da cidade.
O público poderá conferir o talento e a criatividade musical de 16 baixistas de diferentes estilos e de várias regiões do Brasil. O Festival é uma oportunidade de músicos consagrados mostrarem seu trabalho a um público que raramente têm acesso a este tipo de espetáculo. O evento marca a abertura na cidade de uma franquia EM&T (Escola de Música e Tecnologia), que tem uma pedagogia diferenciada e a proposta de criar centros de intercâmbio, informação e relacionamento voltados aos estilos musicais, tendências e tecnologias relacionadas a eles.
A HISTÓRIA DO CONTRABAIXO ELÉTRICO – O PRECISION BASS
“Este cara enlouqueceu!”, foi uma das frases mais ouvidas por Clarence Leo Fender, criador do contrabaixo elétrico. Acostumados ao som e aos moldes do grande baixo acústico, os músicos ficaram, à primeira vista, resistentes ao novo instrumento, pois apesar do nome semelhante, era completamente diferente da original. O domínio do grande contrabaixo acústico como única possibilidade para a emissão de sons graves durou até 1951, ano em que Leo Fender revolucionou a música com a criação de um instrumento menor, mais leve, mais fácil de tocar e com sonoridade semelhante.
Os registros mais antigos de instrumentos que emitiam graves datam aproximadamente do ano de 1200, com exemplares vinculados à família das violas. A demanda por tons graves ganhou força no século XV, quando os luthiers criaram instrumentos maiores, com potência para atingir os tons mais baixos, mas só no final do século XVIII o contrabaixo acústico adquiriu seu formato estrutural definitivo. No início do século XX, todas as formações musicais, principalmente as big bands, utilizavam-se do grande contrabaixo acústico. Mas sua sonoridade era comprometida porque a maioria dos ambientes não possibilitava expansão das ondas sonoras e seu som ficava abafado pelos instrumentos de sopro.
Foi neste contexto que Leo Fender percebeu as limitação do baixo acústico, principalmente para pequenas formações musicais. Perito em eletrônica de rádios e apaixonado pela amplificação do sinal sonoro, Fender era dono de uma oficina de conserto de rádios, mas seus serviços eram procurados por músicos, principalmente para reparos nos cabos e sistemas de captadores de violões eletrificados. Ao efetuar os ajustes, ele se preocupava em melhorar o volume e o sinal de saída dos captadores usados para amplificação.
Em outubro de 1951 o primeiro contrabaixo elétrico da história foi apresentado ao público. Seu grande trunfo era, além do tamanho menor e maior qualidade sonora, o fato de ter um braço mais curto e dividido por trastes, o que facilitava a execução. Recebeu o nome de ‘Precision Bass’”. O primeiro exemplar só foi vendido um ano após de ter sido criado, quando Joel Price o levou para tocar na Orquestra Grand Ole Opry. Os avanços do p. bass, como era chamado, não aconteceram no estilo que Leo era fã, o country. A porta de entrada do instrumento foi o jazz, com o vibrafonista e bandleader Lionel Hampton, que levou o instrumento para uma jazz session com o baixista Roy Johnson. O instrumento impressionou a platéia pela sonoridade precisa e, um mês depois, Leo já tinha mais de 100 pedidos e daí para frente, a produção do contrabaixo elétrico não parou mais. Com o tempo, o instrumento acústico passou a ser direcionado para outros estilos, e ganhou maior notoriedade com o rock n’ roll.
PROGRAMAÇÃO do 4o. COVER BAIXO – EDIÇÃO CAMPINAS
Os shows terão duração média de 50 minutos, com intervalo de 10 min entre cada um.
Quarta (24)
19 hs - Chico Wilcox, músico versátil, o atual baixista da dupla Sandy e Jr, faz trabalhos de samba jazz com o irmão Igor Wilcox e se apresenta com o trombonista Bocato, da banda do Faustão.
20 hs - Felipe Andreoli, baixista da banda Angra e considerado pela revista Cover Baixo como o maior ícone do baixo nacional no rock.
21 hs - Fernando Nunes, atual baixista de Zeca Baleiro e ex-integrante da banda de Cássia Eller.
Quinta-feira (25)
18 hs - Ricardo Finazzi, campineiro, é formado em contrabaixo elétrico pela Faculdade de Música da Unicamp e com vasta experiência em música instrumental e MPB, vai apresentar, entre outras, obras do seu disco autoral “Nossa Viagem”, que vem recebendo elogios da crítica especializada.
19 hs - Renatinho Santos mostrar seu trabalho; ele é ligado à black music, e tem um CD solo gravado, intitulado “Black Groove”, que tem produção e arranjo de Celso Pixinga.
20 hs - a dupla de baixistas Miqueas Santana, de São Paulo, e Adriano Sambatti, da cidade de Americana, foram considerados músicos revelação na edição anterior do evento.
21 hs - Itamar Collaço, músico experiente e professor, tem trabalhos com Gilberto Gil, Jane Duboc, Paulo Bellini, Mike Stern, Raul de Souza, Randy Becker. Integra os grupos Zimbo Trio e Triálogo.
Sexta-feira (26)
18 hs - Andrés Zúñiga, formado pela Faculdade de Música da Unicamp, tem experiência em diversos gêneros musicais e acompanhouários artistas em mais de 20 anos de carreira. Atualmente, tem trabalhos com a banda de heavy metal “Just”, com a qual lançou o primeiro disco em 2003; com o Zíngaro Trio, toca Jazz e Música Instrumental Brasileira há 6 anos; e com Ricky Furlani, guitarrista consagrado no Brasil, está em fase de pré-produçao de seu novo disco.
19 hs - Fernando Savaglia, organizador do Método para Contrabaixo, com vertentes no soul e funk.
20 hs - Bráulio Araújo, contrabaixista, arranjador e compositor, que já trabalhou com Elba Ramalho, Alceu Valença, Cauby Peixoto, entre outros. Após 20 anos de carreira, lançou um trabalho solo, chamado “Ilha Independente” e fez diversas apresentações pela Europa.
21 hs - Chico Gomes, o inventor do baixo de 7 cordas e dono da técnica do triplo domínio, presenteia o público com seu talento e seu jeito peculiar de tocar, no qual executa harmonia, melodia e ritmo ao mesmo tempo.
Sábado (27)
14 hs - Ronaldo Lobo, músico que participou do Base Day, um dos maiores eventos de contrabaixo do mundo. Toca na Banda Farsa e também acompanha o guitarrista André Martins.
15 hs - Nilton Wood, professor de baixo na EM&T/SP e editor técnico da revista CoverBaixo.
16 hs - Celso Pixinga tem 20 anos de carreira solo e é conhecido como um dos maiores contrabaixistas do mundo nos baixos de 4, 5, 6 e fretless, além de ser considerado pela crítica especializada como o baixista mais rápido do mundo. Foi o primeiro baixista brasileiro a lançar um CD no Blue Note de Nova York e tem atualmente uma discografia de 14 CDs e 2 DVDs. Trabalhou com grandes nomes do cenário nacional e internacional, como Gal Costa, Ângela RoRô, Evandro Mesquita, Jane Duboc, Lica Ceccato, Wanderléa,Taj Mahal, entre outros.
17 hs - Nenê Silva.
Local:
Auditório Music Hall da EM&T Campinas - Av. Carlos Grimaldi, 145 (5 min do Shopping Galleria, acesso pelo km 131 da Rod D. Pedro I) – fone (19) 3206 1100.
INFORMAÇÕES GERAIS SOBRE A EM&T DE CAMPINAS
- A Escola de Música & Tecnologia de SP existe há nove anosem São Paulo, tem mais de dois mil alunos (entre eles o Júnior / da dupla Sandy & Júnior / aluno de bateria), cinco prêmios internacionais de qualidade e o objetivo de proporcionar aos alunos uma convivência musical mais ampla. São duas unidades em São Paulo, uma em Vitória/ES e agora também em Campinas/SP. A idéia é atender toda a região e a localização favorece isso, pois fica próxima à rodovia Dom Pedro I. Tem capacidade para mais de 3 mil alunos, com aulas diariamente das 9 às 21 horas.
- A EM&T de Campinas foi construída em outubro e as primeiras turmas começam de fevereiro. São 1.300 m2, três pavimentos, 22 salas de aula, todas equipadas com instrumentos musicais (o aluno não precisa levar seu próprio instrumento), espaço para acessar internet, estações informatizadas para estudos individuais, loja de instrumentos, Luthieria (oficina para conserto de instrumentos), estúdio de gravação e auditório com 130 lugares. Oferecerá aulas em três períodos, funcionando diariamente das 9 às 21 horas. É um local para convívio musical, inclusive extra-aula. O aluno pode vivenciar a escola diariamente, independente dos horários de aula.
- São seis modalidades oferecidas: baixo, teclado, canto, bateria, guitarra e violão. Cada modalidade tem um instituto de tecnologia, com um supervisor e programação própria, com metodologia própria para cada instrumento. Cada instituto tem estações de estudo, onde os alunos podem acoplar o instrumento ao computador e, com fones de ouvido, estudar com aulas de vídeo. A metodologia orientada por Mozart Mello posicionou a escola entre as melhores do mundo e valeram 5 prêmios internacionais de qualidade: Fender Awards (USA)/ Shure (USA) / Sabian (Canada) / Roland Foundation (Japan) / Quality (Mercosul).
- O diferencial: a região de Campinas não tem nada deste porte e nem com esta proposta. O objetivo é se tornar um centro de referência musical, intercâmbio e relacionamento entre músicos amadores ou profissionais. Um conceito integrado para prover o aluno de todos os recursos, informações e tecnologia relacionado para o instrumento que ele quer aprender, uma escola de formação musical, com toda conceituação teórica e prática.
Fonte:
EM & T Campinas: fone (19) 3206 1100
Apoio à imprensa:
Comunicativa ACJ – Fones (19) 3256 4863 / 3256 9059
Outras
fotos :
Felipe Andreoli integra a Banda Angra
Adriano Sambatti, de Americana/SP, uma das revelações do Festival de 2006.