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BERGMAN E ANTONIONI – DUAS PERDAS NO MESMO DIA  


Daniel Santos é jornalista carioca, 55 anos.
Trabalhou como repórter e redator nas sucursais de "O Estado de São Paulo" e da "Folha de São Paulo", no Rio de Janeiro, além de "O Globo".
Publicou "A filha imperfeita" (poesia, 1995, Editora Arte de Ler) e "Pássaros da mesma gaiola" (contos, 2002, Editora Bruxedo). Com o romance "Ma negresse", ganhou da Biblioteca Nacional uma bolsa para obras em fase de conclusão, em 2001. Atualmente publica crônicas semanais no site do Comunique-se.
Contato: daniel_santos2002@hotmail.com


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Em 30 de julho, o cinema perdeu (no mesmo dia!) dois de seus maiores criadores de todos os tempos: o sueco Ingmar Bergman (89 anos) e o italiano Michelangelo Antonioni (94).
Bergman, desde sempre celebrado como grande gênio, ficou conhecido como “o cineasta da alma”, especialmente da alma feminina, enquanto atribuem a Antonioni os fundamentos do cinema definitivamente moderno, no qual a imagem vigora plena, independente da palavra.
Mas é este e não aquele que os jornalistas costumam recordar com mais freqüência, porque um fotógrafo e um repórter protagonizam dois de seus filmes mais famosos.
Em “Depois daquele beijo” (“Blow-up”, 1966), o ator David Hemmings interpreta o fotógrafo Thomas que, depois de clicar um casal de namorados no banco da praça, descobre durante a revelação que um homem atrás da moita está atirando em alguém.
Quase 10 anos depois, em 1975, filmou “Profissão: repórter” (“The passenger”), no qual Jack Nicholson ou David Locke, durante reportagem sobre guerrilhas na África, assume a identidade de um sujeito que, hospedado no seu hotel, morre subitamente.
Dentre os cineastas de maior renome internacional, Antonioni foi o primeiro a se utilizar de personagens baseados em profissionais da Imprensa para explorar os mistérios da alma humana.


 

 
 
   
   
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