Campinas/SP - Domingo, 24 de novembro de 2024 Agência de Notícias e Editora Gigo Notícias  
 
 
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Rua Alberto Belintani, 41
Whatsapp: (19) 98783-5187
CEP: 13087-680
Campinas-SP

 

MORADORES RESGATAM HISTÓRIA DE BAIRRO  


O Jornal ALTO TAQUARAL é uma publicação independente, que hoje circula apenas na versão ON LINE mas já circulou mensalmente na região do Alto Taquaral em Campinas (SP). Com tiragem de 15 mil exemplares, sendo entregue de porta em porta para os moradores de 154 condomínios de casas e apartamentos e outros 51 locais de distribuição. Era impresso no formato berliner, em papel couchet com oito paginas coloridas e é impresso em sistema off-set. Seu conteúdo é produzido com reportagens locais e focadas em temas de interesse das populações destes bairros. Os fatos que ocorrem no período entre as edições impressas são noticiadas no www.jornalaltotaquaral.com.br

Editores: jornalistas Gilberto Gonçalves e Cibele Vieira

Sede: Rua Alberto Belintani, 41 - Jardim Colonial - Campinas (SP) Tel: (19) 98783-5187 Email: editor@jornalaltotaquaral.com.br


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Vista de parte do Jardim Colonial (prox.ao Shopping Dom Pedro) onde antes eram chácaras, agora muitos prédios. No detalhe, sr. Osny leite, um dos mais antigos moradores e autor do artigo.


MEMÓRIA DE NOSSO BAIRRO

Texto: Osny de Oliveira Leite

No jornal "O Estado de S. Paulo", de 24.11.08, o professor Denis L. Rosenfield inicia seu artigo sobre "MEMÓRIA", assim: "Uma nação se faz pelo culto à sua memória e pela recuperação de sua história. Seus momentos mais sublimes são exemplos a serem seguidos, seus momentos mais sórdidos são exemplos do que não deve jamais ser repetido."
Assim, sendo a memória o registro de fatos, é de grande importância para compreensão da história, e nós, moradores do Jardim Colonial, podemos ter preocupação com o desenvolvimento de nosso bairro, na busca de fatos que servem de simples exemplos, lembranças ou experiências.

COMEÇO DA HISTÓRIA

Para seguirmos uma ordem cronológica da formação de nosso bairro, lembramos que em 1.965 o sr. Domingos Rissato, que reside na casa que fica em frente da guarita, na rua Adelino Martins, comprou seu lote e construiu seu imóvel, tendo se mudado para lá em 1.972. A Unicamp havia se instalado no local onde se encontra em 1.968.
Segundo o sr. Domingos, aqui pela área de nosso bairro havia pequenas chácaras e a visão de eucaliptos, pasto, gado, cafezal e canavial. Toda essa região era considerada parte da mata de Sta. Genebra.
Na área onde havia eucaliptos, no lugar em que está sendo construído um edifício (em frente da igreja católica em construção), havia uma casinha no fundo onde residia o professor Henrique, que hoje tem uma pousada no litoral norte e que é pastor da Igreja Presbiteriana.
Contava-se que dona Gertrudes, que era antiga fazendeira da nossa região e que doara parte de suas terras na região de Sta. Genebra, costumava vir a cavalo rezar numa capelinha que existia onde é hoje a casa de número 72 da rua Max Kaufmann. Era a capela de Santo Antônio. Segundo alguns contavam, dona Gertrudes dizia que gostaria de que esta região fosse denominada Mansões Santo Antônio.
Onde hoje está a casa de dona Alda, na rua Max Kaufmann, havia uma casa simples em que morava o sr. ABEL, que usava o terreno da esquina para comércio de ferro velho. No lugar da casa onde reside hoje o sr. Maurício e dona Celia, havia uma casa inacabada.

CRIADO POR DECRETO OFICIAL

Nosso bairro nasceu oficialmente em 14.03.1972, quando, pelo Decreto 4.028, foram aprovados os planos de modificação de parte do loteamento "Mansões Santo Antônio", regularizado pelo decreto 3122, de 23.04.1971. O proprietário .dos lotes de nosso bairro era o sr. Wallace Pinto Ribeiro. Assim, pelo decreto 4.028, foram reloteados os lotes 22, 23 e 24 do loteamento Mansões Sto. Antônio, passando tais lotes a formarem o nosso bairro, JARDIM COLONIAL. No artigo 2º do decreto está escrito que "o loteamento será residencial singular." e no 3º, lemos: "deverão ser terraplanadas as ruas e avenidas, de acordo com os perfis aprovados." O prefeito da época era o sr. Orestes Quércia.
A rua Jasmin tinha asfalto até a altura da rua das Hortênsias. A rodovia Dom Pedro I já era asfaltada e com pista única. Quando a PUC iniciou suas atividades, na década de 1.970, no Parque das Universidades, transferindo o curso de Direito do centro para lá, todos os que precisavam se locomover para a Faculdade precisavamdar a volta pela rodovia Miguel Noel Nascentes Burnier, (sentido Mogi- Mirim) e entrar na Dom Pedro I.
Em 1972, chegou à nossa região, para morar inicialmente em casa de família, a Irmã BASÍLIA, que era a responsável pelo acompanhamento da construção da CRECHE Dr. Cláudio de Souza Novaes (na Rua Santa Maria Rosselo), que foi oficialmente instalada em 1.981. Em 1.982 veio para essa importante entidade a Irmã Vicentina, que até hoje está entre nós.

PRIMEIROS MORADORES

Em 1.977, o sr. Wilson Senger comprou 2 lotes de terreno na rua Max Kaufmann, e em 1.980 mudou-se para nosso bairro. . Nesta época a rua Mário Reis já tinha asfalto e nela já morava o sr. Roberto B. Ayra, que lá está até hoje. Já existia o clube de tênis Vera Cleto, que viveu até 1.995. Hoje, no lugar dele está, desde 1.997, o clube "Bolão Futebol Society". Nosso bairro já tinha energia elétrica.
Depois chegaram: o casal. Roberto/Anália, Maurício/Célia, Luites/Ângela Maria, Fábio/Rita, Osny/Paulina (1987) e Gilberto/Cibeli, que são os mais antigos das ruas Alberto Belintani e Max Kaufmann.
Em 1980, o sr. José Antonio da Silva (Zezinho), que até 2007 era proprietário do Depósito de Material de Construção "Zezinho", na rua Adelino Martins, era dono de bar na rua João Vedovelo, 243. De 1984 até 1988, foi proprietário do "Mini Mercado do Zezinho", hoje "Meu Garoto", na rua Arquiteto José Augusto Silva (rua da nova Igreja Católica), no Jardim Santa Cândida. E conforme nos informou ele, havia em frente do bar de sua propriedade um imóvel onde funcionava a funilaria do sr. Shimidt e de seu filho Jeferson, como um dos poucos moradores da nossa região.
Na medida em que nosso bairro foi se desenvolvendo e o número de seus moradores foi aumentando, os problemas , os interesses e os sonhos foram surgindo.

PRIMEIRA SOCIEDADE DO BAIRRO

Em 26/10/1992 foi criada a SOCIEDADE AMIGOS DOS BAIRROS MANSÕES SANTO ANTÔNIO E JARDIM COLONIAL que incluia moradores da rua Mário Reis e Adelino Martins.
Na verdade, nosso bairro foi criado compreendendo as QUADRAS de A até a E. A quadra A está na rua Francisco Roberto Assunção, a quadra B, rua Alberto Belintani, a quadra C, rua Max Kaufmann, a D, rua Hermantino Coelho, e quadra E, rua Mario Reis. E sempre houve dúvidas sobre nossas de limitações. A SOCIEDADE AMIGOS DO BAIRRO sempre contou apenas com associados das ruas Alberto Belintani, Max Kaufmann e Mário Reis.
O presidente eleito da primeira associação foi o sr. Julio Cesar Val, que numa das convocações de reunião indicou a seguinte ordem do dia(19/10/93): 1-solicitação de construção e arborização da praça pública (abaixo assinado); 2- solicitação de uso do solo público para construção da sede e quadra de esportes (abaixo assinado); 3- solicitação de pavimentação das ruas Max Kaufmann e Alberto Belintani."
É preciso lembrar que a luta pelo asfalto de nosso bairro já era motivo antigo de preocupação. Por exemplo: em 12/09/1990, o jornalista Gilberto Gonçalves, que reside na rua Alberto Belintani, distribuiu uma circular em que contava ter ido à Prefeitura Municipal e recebido a informação de que "a Prefeitura está reabrindo planos comunitários com algumas condicionantes". A Prefeitura administraria todo o processo desde que os proprietários aceitassem arcar com o custo total da obra (parcelamento de 12 a 36 meses). Com tais condições, o sr. Gilberto entrara com requerimento "solicitando abertura do plano comunitário” para nossas ruas (protocolo 30.818, de 04.09.90).
Em novembro de 1.993 foi eleita a nova diretoria da sociedade, sendo que nela estavam alguns nomes que ainda hoje residem em nosso bairro: Wilson Carlos F. Senger (presidente), Osny de Oliveira Leite (primeiro secretário) e Maria Analia M. Silva (primeira tesoureira) O sr. Dante Mariolani Filho, que ainda hoje reside na rua Mário Reis, foi indicado para segundo secretário.
Em 21/11/1994, já com a documentação em dia, inclusive com CGC válido até 30/06/97, foi eleita outra diretoria, quando foi reeleito para presidente o sr. Wilson Carlos F. Senger. Em novembro de 1.995 foi eleita outra diretoria, tendo sido eleito para presidente o sr. Dante Mariolani Filho.
Os problemas, como esgoto, muro junto da praça, jardim e pavimentação continuavam sem solução. O desânimo na diretoria era geral e numa ocasião, um dos diretores fez circular uma cópia de "como matar uma associação". Como é muito importante para toda associação, permitam-nos colocar aqui parte de seu conteúdo, como um parênteses em nosso história:
. Nunca compareça a uma reunião; se você comparecer, pelo menos chegue atrasado; se puder, pelo menos encontre defeitos na Associação e em seus membros
. Nunca aceite um compromisso: é mais fácil criticar do que realizar algo;
. Se você for consultado, diga que não tem opinião formada. Mais tarde, comente como as coisas deveriam ter sido feitas;
. Nunca pague suas mensalidades, pois assim ninguém poderá se aproveitar do seu dinheiro; quando os eventos forem realizados;
. Não participe; etc.
Em junho de 1.997 a Sociedade começou a definhar. A forma de administrar a segurança foi alterada. Cuidou-se de dar baixa da Sociedade no Cartório de Registro Civil.

NOVA SOCIEDADE

Em junho de 2.003, por iniciativa do sr. André Marchezan, que morava na rua Alberto Belintani, 101, e dona Maria Anália M. Silva, que é ainda moradora de nossa bairro, foi convocada para o dia 17 daquele mês uma reunião dos moradores para tratar da formação da Sociedade do Jardim Colonial.
Foi eleita, então, uma diretoria em que estava o sr. André Marchezan (presidente), a sra. Anália, como vice-presidente, o sr. Osny e dona Célia Oliveira, esposa do sr. Maurício. Na verdade, a Sociedade então formada não existiu legalmente, porque não se registrou e no ano seguinte já não se reunia.
Logo no início de suas atividades a Sociedade passou a lutar pelo fechamento da nossa praça, separando-a da rua Dr. Francisco R. Assunção (final da rua Alberto Belintani). Haveria apenas passagem para pedestre. Para isto, com orientação de funcionário da Prefeitura Municipal, foi colhido em 16.06.03, um abaixo assinado dos moradores daquela rua autorizando nosso bairro a construir um muro. A lei em que se baseava para tal fechamento era de número 8.736, de janeiro de 1.996. O custo era de R$ 120,00 para cada morador, para pagamento em 3 parcelas, conforme orçamento de agosto de 2.003, da KCP-Projtos de Construções S/C Ltda.
O fechamento foi feito, tendo sido deixada uma passagem em curva, para pedestre, de modo a não passar nem uma moto. Data: outubro de 2.007. Em poucos dias surgiram os vândalos para destruir parte da passagem.

PAVIMENTAÇÃO

Novamente, uma de nossas constantes preocupações, o asfaltamento de nossas ruas, voltou à ordem do dia. Após várias discussões com todos os moradores, foi enviada à Secretaria de Obras da Prefeitura Municipal local uma carta com a assinatura de representantes da nossa Sociedade, solicitando projeto de pavimentação particular, que permitisse contratação, pelos moradores, de empresa particular que realizasse os serviços necessários. Tal carta foi assinada pelo sr. André Ricardo Marchesan, como presidente da Sociedade; sra. Maria Anália Melo, como vice-presidente; e pelo sr. Osny de Oliveira Leite e sra. Célia Oliveira. A data era de 1º/11/2003.
Cerca de três propostas foram colhidas e analisadas sobre vários aspectos, inclusive de caráter técnico e legal, envolvendo 36 lotes. Cada um pagaria R$ 1.569,44 (havia opções de forma de pagamento) pela sua parte de asfalto. O acerto final ficou complicado porque o sr. Osny se julgava prejudicado pelo fato de o asfaltamento da rua Alberto Belintani ter ficado no projeto com largura de 5,5 metros, o que dificultaria a movimentação dos carros e contrariaria a lei (Lei 11.003, de 30.10.2001, que determina a exigência de 6 metros de leito carroçável).
A decisão final ficou suspensa por uns dias, até que o engenheiro da empresa contratada (Critter Construções e Comércio Ltda.) e o sr. Luites Teixeira de Macedo, que ainda hoje reside na rua Max Kaufmann, chamaram o sr. Osny para uma conversa. O engenheiro prestou esclarecimentos e procurou convencê-lo ainda uma vez. Em determinado ponto, quando a discussão estava acalorada, o sr. Luites conseguiu destacar um ponto importante: "se nós não fizermos o asfalto agora, vamos esperar por 10 anos para que a Prefeitura o faça".
Aquela afirmação obrigou o sr. Osny a pensar do seguinte modo: "na verdade, a Prefeitura tem sido administrada pelo PT, cuja filosofia política é a de atender reivindicação apenas dos pobres. A classe média, mesmo pagando impostos elevados, inclusive com alíquota de 27% no imposto de renda, raramente é atendida. Realmente é provável que iremos esperar 10 anos!..." E o último sim foi dado.
Um outro ponto que "amarrou" a decisão final é que a Prefeitura, no projeto a nos apresentar, queria que incluíssemos uma galeria de água pluvial no final da rua Max Kaufmann, com ligação para a rua Mário Reis, o que iria aumentar muito o custo da pavimentação. Sem podermos contar com a ajuda da Prefeitura, os moradores resolveram, em março de 2.004, asfaltar nosso bairro, o que se efetivou em abril daquele ano.
A PRAÇA E NOVAMENTE O MURO
No início de setembro de 2.007, três moradores do Jardim Colonial, dona Isa, dona Valéria e sr. Carlos, por viveram mais de perto os riscos e inconveniências de uma praça suja e cheia de mato, fizeram circular um comunicado convocando os moradores para uma reunião, cujo objetivo era o de buscar solução para aquele problema. O muro, que havia sido destruido na parte de passagem para pedestre, também era objeto de reparo.
Com um orçamento indicando um gasto de R$ 5.275,00 para a construção da praça de 1.200 m2 (mão de obra da cerca e da jardinagem, grama, arame, mourões etc.), a reunião de moradores se deu em 04/09/07, tendo sido decidida a construção com base no orçamento apresentado. Foi uma bela luta dos citados moradores, por envolver muita crítica negativa, injusta e coragem. E conseguimos colocar aquele local com cara real de praça , cujo nome é Eunice do Espírito Santo Dini.
A luta agora é a da manutenção, que deveria ser feita pela Prefeitura Municipal e que tem sido arcada apenas por alguns moradores (cerca de um terço não concorda com o pagamento das despesas).

GUARITA

No início de outubro de 2.007, o fiscal da SETEC passou à noite por aqui e deixou uma intimação para que se regularizasse a instalação dela. Depois de algumas conversas com os moradores, foi escolhido o sr. Osny para tomar as providências devidas. A SETEC então cobrou uma taxa (R$ 44,00) e emitiu guias para pagamentos mensais de R$ 48,46, a partir de 10.12.2007.
Cerca de um quarto de nossos moradores residem em nosso bairro há menos de cinco anos, sendo os mais antigos o sr. Wilson, o sr. Maurício, o sr. Luites, o sr. Roberto, o sr. Osny (na rua Max Kaufmann) e dona Rita e o sr. Gilberto (na rua Alberto Belintani).

SONHOS ATUAIS

Hoje nosso bairro tem em vista os problemas como: segurança, envolvendo passagem de pedestre junto da praça; galeria de água pluvial no fim da rua Alberto Belintani, para onde vai toda a água do bairro e onde existe um enorme buraco que pode crescer e destruir até a praça; e trânsito caótico em certos períodos, porque dezenas e dezenas de edifícios trouxeram milhares e milhares de moradores para a região, o que exige da prefeitura várias sinalizações, construção de pontes no final da rua Hermantino Coelho e da rua Arquiteto José Augusto Silva (da nova Igreja Católica) e rotatória para a rodovia Miguel N. N. Burnier, junto de onde era para ser o posto da Guarda Municipal.

As pesquisas que embasam este artigo foram feitas por Wilson Carlos F. Senger e Osny de Oliveira Leite.

 

 
 
   
   
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