Campinas/SP - Sábado, 23 de novembro de 2024 Agência de Notícias e Editora Gigo Notícias  
 
 
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Rua Alberto Belintani, 41
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Campinas-SP

 

CONTAMINAÇÃO: PREFEITURA INTERDITA PRÉDIO EM CAMPINAS  


O Jornal ALTO TAQUARAL é uma publicação independente, que hoje circula apenas na versão ON LINE mas já circulou mensalmente na região do Alto Taquaral em Campinas (SP). Com tiragem de 15 mil exemplares, sendo entregue de porta em porta para os moradores de 154 condomínios de casas e apartamentos e outros 51 locais de distribuição. Era impresso no formato berliner, em papel couchet com oito paginas coloridas e é impresso em sistema off-set. Seu conteúdo é produzido com reportagens locais e focadas em temas de interesse das populações destes bairros. Os fatos que ocorrem no período entre as edições impressas são noticiadas no www.jornalaltotaquaral.com.br

Editores: jornalistas Gilberto Gonçalves e Cibele Vieira

Sede: Rua Alberto Belintani, 41 - Jardim Colonial - Campinas (SP) Tel: (19) 98783-5187 Email: editor@jornalaltotaquaral.com.br


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O advogado Luiz Navarrete (á esquerda) e o morador Roberto Guimares, observados pela imprensa, ouvem do assessor da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Flávio Gordon, explicações sobre o laudo de interdição


Técnicos da fiscalização ambiental da Prefeitura de Campinas entregaram, nesta segunda dia 10/10, o auto de interdição da torre A do residencial Parque Primavera, no bairro Mansões de Santo Antônio, onde moram 52 famílias desde 2002.

A equipe permaneceu por algumas horas na porta do Condomínio porque a sindica Angélica Soares Andrade não apareceu e nem autorizou a entrada dos fiscais que pretendiam entregar o comunicado aos moradores.
Somente depois de conversar com o advogado Luiz Navarrete, que representa o condomínio neste caso, a equipe foi conduzida até seu escritório onde, em reunião a portas fechadas, a síndica assinou o termo e se comprometeu a entregar cópias do documento a todos os demais moradores. A interdição será publicada no Diário Oficial do Município no dia 11 de outubro.

A secretária de Meio Ambiente, Valéria Murad Birolli, explica que com a interdição os moradores são orientados a deixar seus imóveis devido aos riscos à saúde. Mas como não é uma situação de risco eminente, eles não serão obrigados a deixar os imóveis. “Os que quiserem permanecer morando no edifício terão que assinar um documento assumindo as responsabilidades sobre eventuais danos à saúde”, disse Valéria. Os moradores se reúnem em assembléia esta semana para decidirem o que fazer, mas não pretendem deixar suas casas.

A ação, conduzida pelas secretarias municipais de Meio Ambiente e de Assuntos Jurídicos, ocorreu porque a empresa Concima S.A Construções Civis não cumpriu a intimação da Prefeitura, do último dia 22 de setembro, para colocar em funcionamento, em 10 dias, um sistema de retirada de gases do subsolo do condomínio.

A Prefeitura acompanha o caso desde 2002, quando foi confirmada a contaminação no local, mas só agora tomou uma atitude em relação aos atuais moradores “com base em informe técnico da Cetesb que atesta que o nível de contaminação detectado no local indica a necessidade de implantação imediata de um sistema de mitigação de intrusão de vapores, e a desocupação integral do prédio”.

A contaminação ambiental no bairro Mansões Santo Antonio, uma das mais graves do Estado em áreas urbanas, foi causada pela extinta indústria de recuperação de solventes Proquima. A empresa ocupou a área de 1973 até 1996, período em que sofreu 13 autuações da Cetesb, entre multas e advertências.

Encerradas as atividades, a Proquima vendeu lotes do terreno à construtora Concima, que ergueu no local três torres residenciais, com 52 apartamentos cada uma. Os moradores da Torre A receberam o habite-se da Prefeitura e ocuparam os apartamentos em 2001. Mas em 2002, quando a extensão da contaminação foi comprovada, as outras duas torres foram interditadas e até hoje os compradores que pagaram pelos imóveis não conseguiram tomar posse.

A Concima, responsável pela construção, diz que já investiu tudo que podia para atender as exigências da Cetesb para analisar a extensão da pluma de contaminação no subsolo e águas subterrâneas. E alega que não instalou o equipamento para extração de gases por falta de recursos. Em janeiro, a pedido da Cetesb, a empresa instalou embaixo da torre A uma tubulação para extração de gases, revolvendo o subsolo. Mas como o equipamento de extração não foi incorporado a esta obra, o risco de emissão de gases tóxicos na área foi ampliado.

O advogado Luiz Navarrete, que representa o condomínio, declarou que “90% do sistema já foi instalado, falta apenas o equipamento para iniciar a extração dos gases, por isso não é justo que os moradores tenham que deixar suas casas”. Laudos da Cetesb demonstram que, principalmente sob a torre ocupada, “há uma pluma de vapores em todas as direções, com concentrações elevadas de vários compostos orgânicos voláteis, indicando a necessidade de implantação imediata de um sistema de mitigação da intrusão de vapores, independentemente da continuidade da investigação da área, para posterior trabalho de remediação”.

Para o assessor da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Flávio Gordon, “o risco maior é pela toxicidade dos gases, que podem provocar câncer”. Questionado porque só agora a Prefeitura decidiu agir, depois de 10 anos de constatado o problema, ele alegou que “hoje a situação se agravou”.

O Ministério Público, que tem recursos em um fundo para remediar passivos ambientais de Campinas, ainda não se pronunciou sobre o pedido de liberação de parte dessa verba para finalizar as análises que determinará o Plano de Remediação do local.

 

 
 
   
   
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