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"QUANDO AS PERNAS FAZEM MISERÊ" AMPLIA TEMPORADA EM CAMPINAS
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Montagem elaborada pelo diretor teatral Luís Carlos Nem, que realiza a obra em homenagem a Vicente Ferreira Pastinha, grande mestre da Capoeira Angola, que dedicou toda a vida na atitude de manter acesa a chama da autêntica capoeira. O espetáculo é resultado da pesquisa feita em parceria com os atores/capoeiristas Angoleiros de Campinas, integrantes do Grupo de Capoeira Sementes do Jogo de Angola, liderados pelo Mestre “Jogo de Dentro”, formado pelo Mestre João Pequeno, hoje com 87 anos, ainda em atividade em Salvador.
Além de contar a história de vida do Mestre Pastinha, “Quando as Pernas Fazem Miserê” tem como proposta estética levar ao público a trajetória e a resistência de uma das expressões artísticas mais digna de respeito da cultura nacional.
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O público pediu e a produção da peça atendeu. Foi o que aconteceu com as apresentações do espetáculo teatral ”Quando as Pernas Fazem Miserê”, que estará em cartaz por mais um final de semana no Teatro Lume, em Campinas. Segundo o diretor teatral, Luís Carlos Nem, a procura pelos ingressos da peça tem sido tanta que eles não só ampliaram as apresentações por mais esse final de semana (dias 3 e 4 de setembro) como também estarão com duas sessões diárias. A primeira marcada para iniciar às 20h, e a segunda às 21h30, ambas com entrada gratuita, nos próximos sábado e domingo. Podem ser feitas reservas pelo fone 3289 4223.
O palco do Espaço Lume, localizado no distrito de Barão Geraldo, em Campinas/SP, foi escolhido para sediar o espetáculo “Quando as Pernas Fazem Miserê”, montagem elaborada pelo diretor teatral Luís Carlos Nem. Além de contar a história de vida do Mestre Pastinha, a obra tem como proposta estética levar ao público a trajetória e a resistência de uma das expressões artísticas mais digna de respeito da cultura nacional. A obra é uma homenagem a Vicente Ferreira Pastinha, grande mestre da Capoeira Angola, que dedicou toda a vida para manter acesa a chama da autêntica capoeira. O espetáculo é resultado da pesquisa feita em parceria com os atores/capoeiristas Angoleiros de Campinas, integrantes do Grupo de Capoeira Sementes do Jogo de Angola, liderados pelo Mestre “Jogo de Dentro”, formado pelo Mestre João Pequeno, hoje com 87 anos, ainda em atividade em Salvador.
O ator Servílio de Holanda, convidado para fazer o papel de Mestre Pastinha, veio de João Pessoa/PB, onde vive e trabalha como Grupo Piolim, o mesmo que montou o inesquecível e premiado espetáculo “Vau da Sarapalha” – uma adaptação do conto de Guimarães Rosa, sob a direção de Luíz Carlos Vasconcelos. Esse trabalho, considerado pela crítica como um dos mais belos da história do teatro brasileiro, viajou diversos países participando de festivais internacionais. Sarapalha não apenas revelou o talento de Servílio, como lhe rendeu o prêmio de melhor ator no Festival de Cádiz na Espanha com seu impressionante desempenho no personagem de cachorro.
A concepção do espetáculo é baseada na malícia do jogo e na dança da capoeira. Juntos, esses elementos contribuem para construção de uma cena poética perfeita. Um ”espetáculoroda”, que oscila entre o universo lúdico teatral, com os elementos que compõe o espetáculo, e uma roda de capoeira angola, onde o jogo e a relação entre os protagonistas torna-se vivo e autêntico a cada instante. O ritmo lento e cadenciado pelas batidas do ataque fazem da capoeira angola uma arte ainda mais bonita de se ver por ser jogada, praticamente, rente ao chão e bem mais devagar que a capoeira regional.
O espetáculo, com cerca de 1 hora de duração, utiliza elementos pouco convencionais. Mesmo o que é corriqueiro, quando posto em cena ganha um novo formato. O palco, em formato de arena, possui frentes distintas. Cada centímetro do espaço é utilizado pelos intérpretes. O chão parece ganhar vida a cada passagem. E o público é levado a entrar na arena, senão fisicamente, certamente toda a sua emoção. A utilização de recurso audiovisual é outro ingrediente do espetáculo. Imagens da Bahia, das ladeiras do Pelourinho, das Festas de Largo e de outros capoeiristas serão projetadas em um telão branco durante cada bloco enquanto os intérpretes estão em cena. “Quando as Pernas Fazem Miserê” tem na mistura de linguagens e na improvisação o alicerce que faz do espetáculo uma surpresa a cada encenação.
Mestre Pastinha
Nascido em1889, dizia não ter aprendido capoeira na escola, mas sim com a sorte. Afinal, foi o destino o responsável pela iniciação do pequeno Pastinha, ainda garoto, no jogo. Em depoimento prestado no ano de 1967, no Museu da Imagem e do Som, mestre Pastinha relatou a história da sua vida: “Quando eu tinha uns 10 anos – eu era franzininho – um outro menino mais taludo do que eu tornou-se meu rival. Era só eu sair para rua – ir na venda fazer compra, por exemplo – e a gente se pegava em briga. Só sei que acabava apanhando dele, sempre. Então eu ia chorar de vergonha e de tristeza”. A vida iria dar ao moleque Pastinha a oportunidade de um aprendizado que marcaria todos os anos da sua longa existência.
Foi através do preto Benedito, um escravo alforriado, que o mestre começou a descobrir a malícia e o poder de enfrentar um adversário bem mais forte do que lhe parecia. Pastinha começou a freqüentar o cazuá de Benedito, e pouco tempo depois sairia considerado pronto pelo mestre e seguiria fortalecendo a fama de imbatível pelas ruas e ladeiras da capital baiana.
Foi na atividade do ensino da capoeira que Pastinha se distinguiu. Ao longo dos anos, a competência maior foi demonstrada no seu talento como pensador sobre o jogo da capoeira e na capacidade de comunicar-se. Os conceitos do mestre Pastinha formaram seguidores em todo país. A originalidade do método de ensino, a prática do jogo enquanto expressão artística formaram uma escola que privilegia o trabalho físico e mental para que o talento se expanda em criatividade.
Vicente Ferreira Pastinha morreu no ano de 1981. Durante décadas dedicou-se ao ensino da Capoeira. Mesmo completamente cego, não deixava seus discípulos. E continua vivo nas rodas de capoeiras, nas cantigas, no jogo. “Tudo o que penso da capoeira, um dia escrevi num quadro que está na porta da minha Academia. Em cima, só estas três palavras: Angola, Capoeira, Mãe. E embaixo, o pensamento: Mandinga de escravo em ânsia de liberdade, seu princípio não tem método e seu fim é inconcebível ao mais sábio capoeirista”.
Ficha Técnica:
Espetáculo: Quando as Pernas Fazem Misere – Uma homenagem ao mestre Pastinha
Direção, Concepção e Pesquisa: Luís Carlos Nem
Ator Convidado: Servilio de Holanda
Participação Especial: Mestre Jogo de Dentro
Elenco: Brisa Vieira, Danny, Fábio Tomé, Hugo Burg e Renata Lima
Direção Musical: Plínio
Produção: Sylla Jonh Taves
Assistência de Direção: Daniela Amoroso
Roteiro: Fred Abreu e Luís Carlos Nem
Orientação Mimeses Corpórea: Renato Ferracini
Orientação Bonecos: Miguel Vellinho
Confecção de Bonecos: Renato Spinelli
Cenário: Daisy Caribe
Figurino: O grupo
Iluminação: Luís Carlos Nem
Serviço
Campinas / SP - Entrada gratuita
Dias 3 e 4 de setembro, às 20h e 21h30min
Teatro Lume – Rua Carlos Diniz Leitão,150, Vila Santa Isabel – Barão Geraldo
Tel: (19) 3289 9869 / 3289 3135
Dias 30 setembro, 01 e 02 de outubro, às 20h30
Centro de Convivência Cultural de Campinas – Praça Imprensa Fluminense, s/n, Cambuí
Tel: (19) 3232 5977
Fontes:
Sylla Jonh Taves – Produtor
Tel: (19) 3788 5119
Luis Carlos Nem – Diretor
Tel: (19) 3289 4223
Outras
fotos :
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