Desde que os europeus começaram a se expandir pelo mundo, em busca de novos mercados, a globalização passou por várias etapas, todas caracterizadas apenas pelo controle econômico-financeiro das colônias.
No entanto, na passagem do século anterior para este, a nova onda globalizante ganhou agilidade e maior eficiência, graças a várias tecnologias da comunicação, com destaque, é claro, para a internet.
O objetivo dessas tecnologias era fortalecer a ação capitalista: manipular mentalidades, pressionar politicamente, influenciar decisões, subjugar culturas nacionais, etc, mas o tiro está saindo pela culatra.
Com a democratização do acesso à internet, muita gente criou seus próprios blogs, ou seja, uma versão pessoal dos acontecimentos que confronta a versão oficial da tradicional e decadente imprensa escrita.
Muitos desses blogs comunicam-se atualmente entre si, graças à tecnologia RSS, e isso resulta em novo conceito: a intercomunicação, que se dá horizontalmente, sem dependências ideológicas e financeiras.
Claro, isso criou uma dor-de-cabeça para a imprensa escrita que, para se livrar de uma concorrência indomável, assimilou alguns blogs, mas eles mantêm autonomia crítica e já impõem sua versão dos fatos.
Portanto, quem antes reclamava do caráter sectário desse ou daquele veículo pode agora buscar a informação nessa nova fonte que muitos governos já ouvem antes de emitirem comunicados oficiais.
Mas as mudanças não param por aí. Com a recente possibilidade de os celulares tirarem fotos e de enviá-las imediatamente aos quatro cantos do mundo, cresceu ainda mais a capacidade de denúncia do cidadão.
Com um poder que não supunham e que lhes chegou real e virtual a um só tempo, os blogueiros começam a formar grupos de discussão sobre os mais variados assuntos, sem depender do marketing e da mídia.
Claro, há blogs e blogs. Necessário peneirar muito para eleger algum deles como fonte confiável e permanente, mas, ainda assim, é inegável que uma ofensiva de respeito avulta, hoje, nas comunicações.

Daniel saNTOS – 29.08.06