Primeiro, boatos.
As sombras do que já foi noite resvalam vagarosamente com as folhas para as
grutas. Tudo o que é escuro se esconde, desce a furnas tão profundas quanto
a vergonha. Ainda não é certo, mas suspeita-se que, em breve, a claridade
vai se instalar plena como denúncia sem clemência.

Depois, cochichos.
Um vento ligeirinho, sem arruaças, recolhe as últimas folhas que ciciam pelo
cascalho. Uma espécie de inconfidência circula pelo ambiente cheio de
sugestões. Quem se aninhava no anonimato, na clandestinidade, no sigilo,
ultima providências e retorna à impunidade do seu casulo.

Enfim, notícias.
Sem mais demora, o galo reivindica a manhã e o sol incide como verruma nas
superfícies. As frutas tingem-se de ocre. Basta tocá-las com a ponta dos
dedos e intumescem quase obscenas. É dia, afinal. O aroma do café toma a
casa e a luz esbate a folha de jornal, fulva como uma notícia!