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FOI BOM PRA VOCÊ?
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Daniel Santos é jornalista carioca, 55 anos. Trabalhou como repórter e redator nas sucursais de "O Estado de São Paulo" e da "Folha de São Paulo", no Rio de Janeiro, além de "O Globo".
Publicou "A filha imperfeita" (poesia, 1995, Editora Arte de Ler) e "Pássaros da mesma gaiola" (contos, 2002, Editora Bruxedo). Com o romance "Ma negresse", ganhou da Biblioteca Nacional uma bolsa para obras em fase de conclusão, em 2001. Atualmente publica crônicas semanais no site do Comunique-se.
Contato: daniel_santos2002@hotmail.com
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de Notícias
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O ex-presidente argentino, Carlos Menem, disse certa vez que seu país mantinha “relações carnais” com os Estados Unidos. Agora foi a vez de Lula afirmar que, na parceria Brasil/EUA, o ideal é “atingir o ponto G”.
Diante de tais ímpetos, restam dúvidas: somos grosseiros o bastante para reduzirmos a sexo algo de importância econômica ou imaturos a ponto de colocarmos na cama o que se resolve na mesa de negociações?
Pode ser também que a velha antropofagia tenha se manifestado como da vez em que a rainha Elizabeth (é, a baixinha) esteve no Maracanã e a arquibancada urrou “inha, inha, inha, queremos comer a rainha!”
Há quem acredite ainda que nós, latinos, temos a tendência de sexualizarmos tudo, de só pensarmos naquilo, de estarmos sempre com segundas intenções, mas a rigor isso não tem lá grande importância.
O que importa – pelo menos, agora, com Bush – é sermos ativos o suficiente para que a relação não se limite às preliminares: quem vai fazer o quê, em qual posição, durante qual período – isso é que está em jogo.
Tudo deve ser bem acertado, de forma a garantir ganhos iguais para as duas partes, porque já não se admite que apenas um lado usufrua sem nada dividir e ainda pergunte cinicamente ao final “foi bom pra você?”
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