No Rio de Janeiro agora é assim: um policial morto por dia! Mas tal estatística refere-se apenas a um dos lados da desgraça maior, pois omite quantos bandidos as milícias (grupos de extermínio) desovam na periferia.
Os conformistas, os que negligenciam a gravidade da situação, sentem alívio com o abate dos anormais que andam livremente pelas ruas e acreditam candidamente que tudo não passa de “briga de cachorro grande”.
Mas enquanto essas discussões de superficialidade constrangedora proliferam nos meios de comunicação, assoma uma verdade maior: como nas grandes guerras, uma geração inteira vê perdida sua juventude!
O que pensar de um Estado sem forças para deter o avanço do Mal? O jovem, tradicionalmente afeito à ousadia, encolhe-se junto à família sem coragem de viver seus impulsos e fixar sua verdadeira identidade.
Só neste início de março, as balas perdidas encontraram várias crianças e adolescentes como se isto aqui fosse o Iraque e, assim, reduzem-se à metade (ou anulam-se de vez!) suas chances de sucesso na vida.
A juventude, já cerceada no seu desejo por um mundo que exclui a surpresa e tudo permite antes que se reivindique, já não tem motivos para sorrir. E, se o jovem não ri, não é plenamente um jovem. Ninguém merece!