A Polícia Federal ainda não começou a examinar as duas toneladas de documentos da “máfia dos caça-níqueis”, mas já nos adianta que, além de corromper desembargadores e juízes, ela pretendia chegar ao Supremo!
O Supremo (STF), como o próprio nome diz, é nossa autoridade máxima. Nada vige acima dele. Mas o dinheiro farto do crime, hábil como água, erode qualquer maciço e vaza o intransponível até atingir o poder.
Se ele ali se instala sem estranhamento, junto aos magníficos condutores de nossas vidas, trata-se de perigosa exceção: as duas bandas (homens da lei e criminosos) passam a identificar-se de maneira sinistra.
Da mesma forma, quando vemos policiais formando milícias para se locupletarem, também eles, no crime, essa identidade entre extremos supostamente inconciliáveis significa que assistimos a ruína da Razão.
Nada mais faz sentido nem se explica. Estado e nação correm o risco da desimportância, de deixarem de existir, de escreverem um capítulo de niilismo na Ciência Política – capítulo para este mundo sem mando.
Cabe à Imprensa, entre outras instituições, denunciar as novas relações de poder, antes que se cristalizem e passem a dizer a nós, povo sem partidos nem armas, como contribuir com a tal Nova Ordem.