A vontade de desenhar chegou assim, sem pedir licença, quando o lápis ainda era muito grande para suas pequenas mãos. Com desenvoltura e alegria, exerceu a liberdade de criação passando por técnicas e estilos bem diferentes, sem qualquer compromisso, apenas pelo prazer de gastar o lápis no papel. Qualquer papel, qualquer lápis, qualquer forma. O importante é sentir vontade e deixar fluir ... Assim Marina começou seus rabiscos, sem amarras como uma legítima aquariana. Os felinos a fascinam. As formas humanas também tem grande presença em suas criações. Já usou tinta à óleo, guache, nanquim, mas prefere mesmo os lápis de cor. “Eles não me limitam, acompanham com rapidez e sem restrições as minhas idéias”, diz ela. Aos 14 anos, cursou seis meses de iniciação às artes no Estúdio Paulo Branco, em Campinas, onde desenvolveu várias técnicas, inclusive a de caricaturas, como a do pai, que está no ensaio. Avessa às formalidades e limitações impostas pelos estilos, só desenha quando tem vontade. Talvez por isso, prefira manter o desenho como um hobby: “não consigo pensar na arte como uma rotina, quero evoluir apenas por prazer, não pretendo me profissionalizar”, afirma. Neste ensaio, ela selecionou oito dos desenhos que mais gosta, produzidos nos últimos três anos.
Marina Vieira Gonçalves é estudante do Ensino Médio em Campinas/SP e tem 16 anos.
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