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ENSAIOS
FOTOGRÁFICOS
ENSAIO:
JOÃO-DE-BARRO
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Veja
o ensaio |
A exemplo dos operários da construção civil, eles também começam a trabalhar bem cedo. Mal o sol nasce e lá estão, cantando e se alternando em busca do barro e palha para erguer o futuro lar. Quando alguém se aproxima, abandonam o serviço e voam para longe como que se recusando a serem “fiscalizados”. Por isso, foram enormes as dificuldades e a paciência do fotógrafo Nelson Chinalia para acompanhar o dia-a-dia de um casal de joão-de-barro na construção de sua casa nova numa velha mangueira.
“A aproximação foi difícil, tive que chegar na “obra” ainda no escuro, esperei amanhecer, antes deles iniciarem o dia de trabalho. Em vão, perceberam minha incômoda presença, mesmo escondido entre os arbustos a pelo menos vinte metros das obras” , explica Nelson na primeira tentativa de aproximação.
Com o passar dos dias, foram feitas várias tentativas durante diferentes horas do dia, acostumando os pássaros à presença do fotógrafo. Um pouco mais distante e com uma teleobjetiva potente, ele começou acompanhar as etapas da “obra” desde o alicerce. Foram três meses indo ao “canteiro de obras”.
Chinalia ia ao local a cada três dias; perdeu tempo várias vezes, pois como observou, nos dias em que chovia à tarde, eles não trabalhavam pela manhã, como que adivinhando que seu trabalho seria dissolvido pela chuva. Cerca de 150 fotografias foram feitas em um mês, sendo que a casa já estava quase pronta. Dois dias depois voltando ao local ficou surpreso ao ver que o casal iniciava outra casa ao lado. Vinte dias, uma nova surpresa, os pássaros utilizaram a segunda casa para fazer um sobrado que junto com a primeira casinha formou um vistoso triplex.
Três meses de trabalho, cerca de 300 fotos compõem um belo registro das etapas que os pássaros construtores levaram. É possível até que fossem três casais prontos para a procriação. Só restaram as fotografias. Numa manhã quando Chinalia chegou o galho da mangueira estava vazio. Alguém passou e destruiu todo o trabalho, antes mesmo da conclusão das “obras”. Só restaram as fotografias. Confira.
Nelson Chinalia, 46 anos, fotojornalista, professor de fotojornalismo da Puc-Campinas, da Hoyler e da Uniban, ex-editor de fotografia do Correio Popular, ganhou o prêmio Vladmir Herzog de fotojornalismo em 1995, hoje trabalha como free lancer para diversas publicações.
Ficha: câmera Nikon F4
Objetiva Nikon 400mm F:2.8 com duplicador 2X
Filme: fuji negativo iso 100.
E-mail: nelson@clicknoticia.com.br
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